sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O Brasil investe menos de 25% do que países ricos em ensino

O investimento brasileiro anual por aluno equivale a menos de um quarto do feito pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo relatório da entidade. Enquanto países como Áustria, Bélgica, Reino Unido, Canadá, Japão, Suíça, Finlândia e Estados Unidos gastam, em média, US$ 8.857 em todos os níveis educacionais, o Brasil coloca muito menos: não chega a US$ 2 mil.
De acordo com o relatório, é justamente um maior investimento em educação que ajudará os países a superarem a crise econômica. Quanto maior o desemprego, maior deverá ser também o aporte em qualificação da população, principalmente no ensino superior. E quanto maior o nível educacional de uma população, melhores são os salários, as condições de saúde e a consciência e participação política.
Os países da OCDE (as 30 nações mais ricas do mundo) investem US$ 6.517 por ano com cada estudante do ensino fundamental; US$ 7.966 com alunos do ensino médio; e US$ 15.791 com os universitários. E, no caso de um homem com curso superior, o retorno líquido médio para o seu país fica em quase US$ 52 mil ao longo da vida - ou seja, quase o dobro do valor originalmente investido, segundo o documento.
No caso do Brasil, o investimento anual de um aluno no ensino fundamental está em torno de apenas R$ 1.221; no médio, aproximadamente de R$ 1.500. Já para um estudante no ensino superior, o custo anual fica em R$ 11.800, segundo dados do Ministério da Educação.
No documento, os gastos do Brasil com a educação básica aparecem na categoria abaixo de US$ 2 mil.
Outro dado mostrado pelo relatório é o aumento nos gastos com educação infantil nos países mais ricos - diversas pesquisas mostram que o ensino nos primeiros anos de vida está relacionado com melhor desempenho escolar nos anos seguintes e salários mais altos na vida adulta.
Neste ponto, o Brasil também está bastante atrás: a educação infantil é um dos maiores desafios das redes municipais, que na maioria dos casos não tem nem mesmo noção do tamanho da demanda não atendida.
Além disso, em comparação com a média dos países da OCDE, o Brasil tem quase o dobro de jovens entre 15 e 19 anos fora da escola e desempregados. São 14% da população nessa situação, enquanto nas nações ricas não chega a 7%. (O Estado de São Paulo)

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