sábado, 30 de maio de 2020

No Brasil de 2020


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  • No Brasil de 2020
Presidente burla bula
Defende procedimentos
Que não tem quem engula
Todo dia é tanta asneira
Parece que na cadeira
Há um filhote de mula.
  • Com ele não quer que bula
Igual um menino birrento
Acontece pois jair
Tome esse conhecimento
Tu foi eleito pra ser
O chefe de um poder
Não um vilão agorento.
  • É fake a todo momento
Indecisão e desatino
Que quanto pior melhor
Parece ser o seu hino
Eles querem vender tudo
A espada e o escudo
Deixar nu o citadino.
  • Por causa desse traquino
Vai demorar a vacina
Somos o ultimo da fila
O destino ele assassina
Em páginas de jornais
Vê-se-o em letras garrafais
Defender a cloroquina.
Anda por viela e esquina
Comendo cachorro-quente
Embora se encaminhando
Para um final diferente
Pois demonstra estar acuado
O barco está quase afundado
Com um país tão doente.
Adaécio Lopes (Professor da Rede Estadual do RN)


sexta-feira, 29 de maio de 2020

Mercado Público do Distrito Laginhas vai se chamar oficialmente Jofre Pergentino de Araújo

O Projeto de Lei nº 008/2020, de iniciativa do Vereador Zé Filho, que denomina o Mercado Público do Distrito Laginhas de Jofre Pergentino de Araújo foi aprovado por unanimidade nesta quarta-feira (27) na Câmara Municipal de Caicó.
Em sua justificativa para o nome escolhido, o Vereador Zé Filho falou que a história de Jofre Pergentino de Araújo se confunde com a história do próprio Distrito Laginhas. Empreendedor, Seu Jofre desenvolveu durante muito tempo o comércio dentro do mercado público do Distrito Laginhas (mais de 50 anos), ofício este que por motivo de saúde foi repassado para seus familiares. Como dirigente da capela de São Francisco de Assis em Laginhas organizou diversas festas, reformou a igreja e construiu o Lajes Clube. Devoto de Nossa Senhora de Fátima construiu com recursos próprios a Capela de Nossa Senhora de Fátima no Distrito Laginhas.
Em termos de desenvolvimento para a comunidade foi responsável e lutou muito para a pavimentação de grandes trechos de ruas; pela ampliação do mercado público; pela maternidade mãe Zefinha, hoje creche Nossa Senhora de Fátima.
Foi uma grande luta também de Seu Jôfre a construção da Escola Estadual Francisco Pergentino de Araújo no Distrito Laginhas, que recebeu o nome de seu pai, por tudo isso achamos justa a homenagem.

STF TORNA CONSTITUCIONAL A HORA ATIVIDADE


Uma Vitória que merece ser comemorada. Pelo significado que tem para quem esta em sala de aula. Eu sinto a sensação de encontro com o desejado. É como me sinto. Vontade de gritar para externar o qto feliz estou. Essa luta precisa ser contada. Por duas vezes tivemos que fazer defesas aqui. O MP, NOS PERSEGUIU. A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E A PROCURADORA DO ESTADO, HELOISA GUEREIRO, TENTARAM DERRUBAR. A HORA ATIVIDADE. Não conseguiram, porque temos forças, lutamos tendo uma base, que diantes de juízes, fazemos as melhores exposições e defesas. Por isso somos respeitados/ as. +do tivemos que contratar o escritório em. Brasília, disse com responsabilidade. O investimentimento é grande mas determino queríamos. Nossos advogados são excelentes e tem meu reconhecimento, pelo trabalho que vem realizando. Por fim,  muitas lutas tenho feito. Todas tem sabores diferentes sabores. Esta vitoria o sabor é que o 1/3 de hora atividade é calculada em hora aula. Novos lutas serão feitas nos municípios. Um grande abraços regado de muita emoção.
POR: FÁTIMA CARDOSO (COORDENADORA GERAL DO SINTE/RN)

Como não morrer de Bolsonaro

“Existirmos: a que será que se destina?” é o primeiro verso de “Cajuína”, uma canção de Caetano Veloso. Bela, solar e dançante, “Cajuína” refere-se a uma bebida homónima à base de sumo de caju, típica de Teresina, capital do Piauí.
Caetano inspirou-se no néctar cristalino e doce para escrever um forró em homenagem a Torquato Neto, poeta e parceiro que suicidou-se muito novo, em 1972, não só mas também por não aguentar os anos de chumbo da ditadura militar brasileira.
Torquato escreveu, Caetano musicou e Gal Cantou: “Mamãe, mamãe não chore / Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz, Mamãe, seja feliz / Mamãe, mamãe não chore / Não chore nunca mais, não adianta eu tenho um beijo preso na garganta / Eu tenho um jeito de quem não se espanta / Eu tenho corações fora peito / Mamãe, não chore, não tem jeito.”
Não teve jeito. Para Torquato. Nem para Flávio Migliaccio, ator veterano de tantas novelas que também passaram aqui em Portugal e que há alguns dias se enforcou. Flávio deixou uma carta a dizer: “Tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este e com esse tipo de gente que acabei encontrando.”
Alguém escreveu que Migliaccio morreu de Brasil. A frase faz sentido, mas é imprecisa. Morrer de Brasil refere uma doença mais geral, endémica, que atravessa séculos. Sempre se morreu de Brasil, às vezes de escravidão, seca no sertão, outras pela inflação ou por corrupção e tantos outros “ãos”, que fazem boas rimas pobres, mas nunca uma solução.
Para se morrer de Brasil não é necessário estar no Brasil. O mundo morre de Brasil a cada árvore queimada da Amazónia, a cada criança favelada que não sobrevive pela ação do tráfico, pela falta de esgotos, pela subnutrição. Crescida, tal criança poderia ser um Pelé, um Vinicius de Morais, uma Elis Regina, um Ayrton Senna e assim deixar o mundo mais vivo. Mas não.
Portugal também morre de Brasil pois a tragédia moral e social de um país, qualquer país, é uma tragédia que contagia, que ensombra toda uma ideia de civilização. Mais ainda quando acontece a um povo com quem partilhamos o sangue e a língua.
Mas, repito, a doença agora é outra. Ou outras. Há a covid e há o bolsonarismo. São vírus de cepas parecidas, levam à falência de órgãos vitais, seja um pulmão ou o coração ou cérebro ou o congresso nacional.
Pode não parecer, mas este texto é sobre a vida. Falar de mortos é lembrar aos vivos (inclusive eu) que sobramos nós para fazer alguma coisa.
“Existirmos: a que será que se destina?”
Humildemente, respondo: para vencer as trevas é preciso luz, é preciso arte, é preciso diálogo, é preciso poesia, é preciso redescobrir a empatia.
O antídoto para uma coisa má costuma ser o seu antónimo: uma coisa boa. Esta aí: pessoas boas (e o Brasil tem destas quase duas centenas de milhão) precisam compreender isto e atuar enquanto há tempo. Só assim é que poderemos (todos) não morrer mais de Bolsonaro.
Edson Athayde
Jornal de negócios, 20 de maio de 2020

Por 16 a 1, Piso 2020 e a Data Base da Rede Estadual são aprovados na Assembleia Legislativa

Com o placar de 16 votos favoráveis e 1 contrário, os deputados estaduais aprovaram, em sessão legislativa nesta quinta-feira (28), o projeto que garante o Piso Salarial 2020 da Rede Estadual de ensino. O PL também garante a data-base do magistério do RN, ou seja, a partir de 2021 não será mais necessário que uma lei seja aprovada pelo Legislativo. Agora, o projeto segue para a sanção da Governadora.
A luta pela implementação da correção de 12,84% começou em janeiro. Na ocasião, o SINTE/RN buscou negociar com o Governo. No entanto, as 4 primeiras propostas apresentadas foram consideradas insuficientes e rejeitadas pela categoria. O resultado foi a greve que iniciou em 05 de março, mas teve quer ser suspensa no dia 18 do mesmo mês em virtude das medidas de isolamento determinadas pelas autoridades devido ao avanço do novo Coronavírus pelo Brasil e o Estado.
Com a mobilização tradicional comprometida, só restou ao Sindicato a via virtual. O SINTE implementou uma campanha nas redes sociais a fim de pressionar o Governo a apresentar uma nova proposta. A entidade também procurou negociar com o Executivo por meio de audiências online, garantindo a segurança da saúde de todos. Após vários diálogos virtuais, o Governo apresentou uma proposta. Por sua vez a direção do SINTE/RN, utilizando as prerrogativas legais garantidas no Estatuto do Sindicato, aprovou a proposição considerando a pandemia e o risco de a categoria ser alcançada pela lei que congela os salários do serviço público, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente.
Porém, como de praxe, era preciso aprovar uma lei na Assembleia Legislativa que garantisse a correção do Piso dos professores do RN. Assim, o SINTE passou a dialogar com os parlamentares a fim de conseguir a dispensa das comissões, para dar celeridade no andamento da matéria. Contando com o apoio dos deputados Francisco do PT e Isolda Dantas e demais Lideranças de bancadas, o PL não precisou passar por todas as comissões. Francisco inclusive foi o relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e atuou como importante mediador entre o Sindicato, o Governo e a Assembleia Legislativa durante todo o processo de negociação. O resultado foi a aprovação do projeto nesta quinta, 28 de maio. A expectativa é que a primeira parcela da correção saia, conforme foi acordado pelo Estado, já na folha de junho.
FONTE SINTE/RN

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Coronavírus: Assessora de Guedes enxergava morte de idosos como positiva para “reduzir déficit previdenciário”

Solange Vieira, que atuou na Reforma da Previdência, minimizou impacto da Covid em março

Em março, quando o Ministério da Saúde apresentou previsões sobre o impacto da pandemia do coronavírus no Brasil para o Ministério da Economia, servidores próximos do ministro Paulo Guedes teriam minimizado o impacto da doença e até visto de forma positiva.
Reportagem dos jornalistas Stephen Eisenhammer e Gabriel Stargardter, da agência Reuters, traçou uma linha do tempo que mostra como o Brasil se tornou o segundo mais afetado pela doença no mundo, apesar de ter monitorado a Covid-19 desde o início.
Uma das fontes ouvidas pela matéria foi o epidemiologista Julio Croda, chefe do departamento de imunização e doenças transmissíveis do Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro Henrique Mandetta. Croda revela bastidores da crise e aponta que a Economia minimizou a doença.
Quando foi apresentar balanços feitos pela Saúde sobre a pandemia, ainda em março, Croda ouviu de uma figura muito próxima de Paulo Guedes, Solange Vieira, que o cenário era “bom”.
“É bom que as mortes se concentrem entre os idosos… Isso melhorará nosso desempenho econômico, pois reduzirá nosso déficit previdenciário”, afirmou a economista que comanda a Superintendência de Seguros Privados por indicação de Guedes. Ela foi uma das figuras centrais na Reforma da Previdência e chegou a ser cotada para presidir o BNDES.
Questionada pela Reuters sobre a afirmação, a Superintendência confirmou que ela participou de reunião em março a convite de Mandetta para “entender as projeções do ministério”. Segundo ela, a análise de Vieira aconteceu “sempre com foco na preservação de vidas”.
Na época, o ministro Paulo Guedes ainda afirmava que a economia do Brasil poderia crescer “2% ou 2,5%” diante da pandemia.
FONTE: Revista FORUM

LIVE HOJE SOBRE A REORGANIZAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR 2020


quarta-feira, 27 de maio de 2020

Atenção Professores e Professoras Sobre a ação da Hora atividade


O Ministro Fachin acabou de proferir o voto dele. Divergiu do relator e votou pela constitucionalidade da hora-atividade. O placar agora está 1x1

Continuemos empenhados/as na luta e participem da campanha. VAMOS LOTAR A CAIXA de E-mails dos MINISTROS do STF

PISO SALARIAL DO MAGISTÉRIO NO RN


A lei do piso salarial do estado do RN, foi aprovada na CCJ e teve como relatar Francisco do PT. Segue agora para a comissão do colegiado dos líderes. A deputada Isolda vai dialogar com os líderes dos partidos, para dispensar a tramitação nas outras comissões. Caso isso aconteça,  quinta feira a lei será aprovada. A nossa expectativa é que o colegiado de líderes, dispense a tramitação, s já que essa matéria é de interesse público.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Aliança de Edir com Bolsonaro envolve sucessão de Maia e perdão de dívidas das igrejas.



O líder da Igreja Universal, Edir Macedo, e o presidente Jair Bolsonaro desejam ver o bispo Marcos Pereira, deputado e presidente do partido Republicanos, como sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados em fevereiro de 2021.
A informação foi divulgada por ex-membros da igreja em vídeos nas redes sociais, e os rumores de que o bispo é um forte candidato foi confirmada por parlamentares entrevistados pela reportagem da Agência Pública.
Caso chegue ao posto, Pereira seria o segundo nome na linha de sucessão presidencial, logo depois do vice-presidente da República. O presidente da Câmara é o responsável, por exemplo, pela aceitação ou não de um pedido de impeachment de Bolsonaro.
A bancada evangélica é tida como a maior avalista de Bolsonaro hoje no Congresso e, por isso, a candidatura de Pereira estaria sendo impulsionada nos bastidores pelo presidente da República, afirmam parlamentares entrevistados. Marcos Pereira é presidente do Republicanos (ex-PRB), o braço político da igreja de Edir Macedo e é atualmente o vice-presidente da Câmara dos Deputados. Além disso, comanda uma bancada de 30 deputados do partido ligado à Universal – a maioria bispos e pastores ou artistas e radialistas ligados à TV Record.
Ex-ministro da Indústria e Comércio no governo Michel Temer, Pereira é um dos expoentes do Centrão. Para conquistar a presidência da Casa, Pereira terá de disputar espaços com um outro importante nome do Centrão, o deputado Arthur Lira (PP-AL), que também tem se aproximado de Bolsonaro. Já o nome preferido de Maia para sucedê-lo seria o líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), segundo se comenta nos bastidores.
Parlamentares da oposição ouvidos pela reportagem consideram “prematuro” o lançamento da candidatura de Marcos Pereira. Mas o bispo demonstrou seu prestígio nas últimas semanas. Conseguiu a indicação de Tiago Queiroz para comandar a Secretaria Nacional de Mobilidade, ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. No ato da nomeação, na quinta-feira 7 de maio, era o bispo Pereira quem aparecia nas fotos, na imprensa, cumprimentando Bolsonaro – e não o novo secretário.
Tiago Queiroz foi diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde na gestão do ministro Ricardo Barros (PP), durante o governo Michel Temer. Em dezembro de 2018, o Ministério Público Federal moveu ação contra o então ministro da Saúde por supostas irregularidades na compra de medicamentos e contratação de empresa fornecedora e Queiroz, além de outros dirigentes do órgão, teve o seu nome envolvido no caso.
Numa postagem no Twitter, Marcos Pereira disse não ter tratado com o presidente da República de composições no governo. Mas fez a ressalva: “Ainda que fosse, e se em algum momento acontecer, não seria incoerente, uma vez que apoiamos Jair Bolsonaro, e no início de sua gestão eu disse que nossa pauta convergia em 80%. O Republicanos segue coerente”.
A aliança entre Bolsonaro e Edir Macedo envolveu também o acolhimento de familiares do presidente da República no partido da Universal. O Republicanos recebeu, em março, dois filhos de Bolsonaro, o vereador Carlos e o senador Flávio, e sua ex-mulher, Rogéria. Macedo também já anunciou que o Republicanos estará de portas abertas para garantir legenda nas próximas eleições aos candidatos do Aliança pelo Brasil, o partido de Bolsonaro que não conseguiu o registro a tempo para participar oficialmente da disputa.
Às vésperas das eleições municipais de 2008, a Universal apresentou publicamente ao país o seu projeto político, por meio de um livro, “Plano de Poder: Deus, os cristãos e a política”, escrito por Edir Macedo e o jornalista Carlos Oliveira. A obra destacava a importância de os fiéis participarem do poder e influenciarem nas decisões políticas. O objetivo mais importante, anunciava Macedo, era governar o Brasil com “um grande projeto de nação elaborado e pretendido pelo próprio Deus”. E a aliança com o bolsonarismo tem permitido ampliar esse poder político da igreja. Em um áudio vazado na terça-feira, 5 de maio, uma assessora da secretária de Cultura, Regina Duarte, contou à sua chefe que Edir Macedo havia indicado um nome ao governo para substituí-la. “Eu acho que ele [Bolsonaro] está me dispensando”, lamentou Regina, mantida no cargo até o momento.
Macedo sempre alertou seus seguidores, segundo o ex-pastor da Universal Ronaldo Didini, de que seus empreendimentos e a força dos seus templos espalhados pelo Brasil e pelo mundo somente conduziriam sua igreja a um novo patamar de poder se estivessem aliadas a uma expressiva representação política. Por isso, a organização do grupo Universal é estruturada em três pilares: a religião, a TV e a política. Cada área tem um responsável, geralmente um bispo. Para cuidar da política, Macedo enxergou no fiel Marcos Pereira exímio talento para essa função. Calmo, voz baixa, Pereira não é de arroubos. Reflete antes de emitir qualquer opinião e só dá passos seguros, contam os colegas da Câmara. “Não foi à toa que o Edir Macedo o escolheu. Ele dialoga com muita gente”, avaliza o ex-deputado do PT Candido Vaccarezza, líder do partido e do governo na Câmara durante as gestões de Lula e Dilma Rousseff. “Ele é muito articulado”, atesta o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Capixaba, 48 anos, Pereira nasceu em Linhares, interior do Espírito Santo. Não conheceu sua mãe biológica, uma empregada doméstica que o deixou logo depois do nascimento numa pensão às margens da rodovia BR-101, segundo a biografia oficial do deputado, em seu site na internet. Um casal o adotou, mas separou-se quando ele tinha cinco anos. Pereira acabou criado pela avó paterna. Estudou em escola pública e viveu numa família católica. Aos 17 anos, concluiu o curso de técnico em contabilidade no ensino médio profissionalizante e montou um escritório em sociedade com dois amigos. Na mesma época, entrou para a Igreja Universal. Aos 20, já era pastor.
Pereira passou a trabalhar na parte administrativa da igreja, em 1994, no Rio de Janeiro. Um ano depois virou diretor-administrativo e financeiro da TV Record no estado. Ficou na função até 1999, quando virou bispo e assumiu o comando da Rede Mulher de Televisão. Quatro anos depois, se tornaria sócio da LM Consultoria, empresa de consultoria da Igreja Universal nas áreas contábil e fiscal.
Ainda em 2003, Pereira assumiu a vice-presidência da Record numa época em que havia um único vice. Atualmente, há um para a área administrativa, outro para o jornalismo e um para a direção artística e programação. Depois, cuidou ainda da área de relações institucionais da emissora, onde permaneceu até 2010. Formado em Direito pela Unip, em 2005 Pereira atuou como um dos advogados de Macedo. Fundou o escritório Pereira, Moraes e Oliveira Sociedade de Advogados. Assumiu o comando do então PRB em 2011 e foi um dos responsáveis por trazer ao partido nomes de expressão não necessariamente evangélicos, como o deputado e radialista Celso Russomanno, que chegou a ter 1,5 milhão de votos na eleição para a Câmara Federal, em 2014.
Em 2018, quando era ministro no governo Temer, Pereira teve o nome citado na Lava Jato pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht. Teria recebido, segundo a denúncia, R$ 7 milhões do caixa dois da construtora Odebrecht, em dinheiro vivo, para a campanha política de 2014. O empresário Joesley Batista, do grupo JBS, também declarou ter pago R$ 4,2 milhões ao ex-ministro pela liberação de um empréstimo de R$ 2,7 bilhões na Caixa Econômica Federal. O cargo de vice-presidente do banco havia sido indicada pelo então PRB. Pereira negou as acusações. Disse ter agido “sempre dentro da lei enquanto presidente de partido, respeitando as regras eleitorais”.
O presidente do Republicanos costuma ser apontado na imprensa como bispo licenciado. Mas o ex-bispo da Universal Alfredo Paulo diz não existir essa distinção na igreja. Portanto, é bispo. A avaliação entre os colegas na Câmara é que ele só concorrerá à eleição na Câmara se for para ganhar.
Hoje, Pereira é o homem destacado pela Universal – como ressalta o ex-colega Alfredo Paulo–, para debater com o governo questões de interesse da Igreja e da Record. Entre esses temas estão as concessões de TVs e renovações de outorga, a flexibilização nas leis que regem as igrejas, o perdão das dívidas de instituições religiosas e a liberação de empréstimos, além da permissão para as denominações enviarem remessas para o Exterior e receberem dinheiro de fora do País. Vários desses pontos estão numa lista de reivindicações da bancada evangélica.
Bolsonaro tem acenado positivamente aos pedidos. O presidente da República pediu à Receita Federal uma solução para as dívidas tributárias das igrejas com o Fisco. Ordenou à sua equipe econômica a resolução do problema. Mas há resistência dos técnicos do governo. As dívidas são milionárias. O total chega a R$ 1,6 bilhão, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. A Igreja Internacional da Graça de Deus, por exemplo, acumula R$ 144 milhões em débitos inscritos na Dívida Ativa da União. Dois outros processos da mesma denominação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) – o tribunal administrativo da Receita -, envolvem outras autuações estimadas em R$ 44 milhões. No caso da Universal, os valores não foram divulgados. A igreja de Macedo tem seis processos em andamento no Carf, de acordo com o Estadão. A Universal contestou. Disse pagar “rigorosamente todos os tributos que são devidos” e não dever “qualquer valor à Receita Federal”.
As dívidas são resultado de autuações após a descoberta de que as igrejas teriam se utilizado de pagamentos a pastores – isentos de tributos -, para distribuir somas vultosas a seus principais dirigentes. Alegavam, nesses casos, participação nos lucros ou a remuneração variável aos líderes responsáveis por templos com grande número de fiéis. Parte dos dízimos e ofertas, ainda de acordo com a reportagem, teria saído das igrejas disfarçada de contratos de prestação de serviços. O dissidente Alfredo Paulo conta que, quando era bispo da Universal em Portugal, depósitos bancários por supostas gratificações teriam sido feitos em uma conta em seu nome. Mas o dinheiro seria utilizado, na verdade, para custear despesas pessoais do bispo Edir Macedo e sua mulher, Ester, por meio de um cartão de crédito. Alfredo disse ter entregado as provas de suas denúncias ao Ministério Público português, que ainda não se manifestou sobre esses supostos desvios. A Igreja nega as acusações e move processos por calúnia e difamação contra o ex-bispo.
O deputado e bispo Marcos Pereira tem se movimentado ativamente em busca do atendimento das reivindicações da Universal e dos demais evangélicos. No dia 22 de abril, ele se reuniu com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para pedir a liberação de empréstimos bancários às igrejas. Os bancos normalmente não liberam financiamentos para instituições religiosas porque elas só podem oferecer como garantia os templos e as ofertas dos fiéis, cujos valores nem sempre são especificados. Os técnicos da Receita temem que, com a pressão dos evangélicos, o governo libere a Caixa Econômica Federal para conceder esses empréstimos. Uma brecha para essa medida seria aberta em razão de as igrejas terem registrado queda no recolhimento de dízimos e ofertas com a proibição ou diminuição de cultos devido à Covid-19. Em nota, Marcos Pereira disse ter pedido ao BC apenas esclarecimentos “a respeito da possibilidade de instituições financeiras poderem emprestar para instituições religiosas”.
A fim de pressionar o governo, a TV Record de Macedo – claramente alinhada ao Palácio do Planalto – criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes, em uma reportagem de mais de três minutos no Jornal da Record, na noite de 23 de abril. Guedes foi “insensível aos pobres” e cometeu “erros no controle do dólar”, segundo a emissora. Outros ministros do governo foram enaltecidos no telejornal, como Braga Netto, da Casa Civil, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional. “A Universal e as outras igrejas vão condicionar o apoio a Bolsonaro ao esquecimento dessas irregularidades, para que fiquem livres dessas multas”, avaliou o ex-bispo Alfredo Paulo.
O presidente Jair Bolsonaro também fez um outro afago a Edir Macedo: depois de se queixar sobre a forma como a TV Globo mostrou o seu comentário “E daí?”, diante do recorde de 479 mortes de brasileiros por coronavírus num único dia, no final de abril, pôs em dúvida a renovação da concessão da emissora carioca. “Não vou dar dinheiro para vocês (Globo). Em 2022, não é ameaça não. Assim como faço para todo mundo, vai ter que estar tudo direitinho a contabilidade para que possa ter a concessão renovada. Se não tiver tudo certo, não renovo”, provocou, para deleite de seguidores do arquirrival da Globo.
Por Gilberto Nascimento

LIVES DE HOJE 21/05/2020


Veja lives desta quinta e como assistir:
·         Mart'nália conversa com Celso Fonseca - 16h - Link
·         Manu Gavassi e Letrux (#HomeHourPoploadFestival) - 19h - Link
·         Nilze Carvalho (Em Casa Com Sesc) - 19h - Link
·         Joanna e Padre Reginaldo Manzotti - 20h - Link
·         Ferrugem - 20h - Link
·         Jau - 20h - Link
·         César Menotti e Fabiano - 20h30 - Link