terça-feira, 8 de setembro de 2009

Até 2050, 30% dos brasileiros terão 60 anos ou mais

Em 2040, o Brasil terá 55 milhões de pessoas consideradas da "melhor idade", expressão sem o mínimo de verdade. Porque se, para uns poucos, o avançar dos anos dá mais de tempo para as coisas que antes não podiam fazer, para todos, o corpo traz problemas de saúde.Apesar de eu também não acreditar no número - alguém explica como se chegou a ele? -, dizem que seremos 55.555.895 brasileiros (27% do total) com mais de 60 anos, 13 milhões deles acima dos 80.Mas é o que está no livro "Envelhecimento e Dependência: Desafios para a Organização da Proteção Social", trabalho de quatro pesquisadoras do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) numa série de estudos do Ministério da Previdência.
Um em cada quatro serão idosos
Tem crescido de modo geral o segmento dos com 60 anos, com destaque para os com 80 anos ou mais. Projeções da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), da Organização das Nações Unidas (ONU), indicam que os idosos, que representavam 7,9% da população total em 2000, passarão a 22,6% em 2050, quando uma de cada quatro pessoas na região estará nessa faixa de idade.No Brasil, o número de idosos subiu 100% entre 1950 e 2000. As estimativas apontam para um aumento significativo nas próximas décadas, chegando-se em 2050 a cerca de 30% da população. O crescimento do total daqueles acima de 80 anos é ainda mais expressivo. Entre 1950 e 1980, eles representavam em torno de 0,5%. Em 2000, passaram a 1% e em 2050 deverão ser 6% dos brasileiros.
Benefícios e serviços oferecidosNa Alemanha, há benefícios em dinheiro para os mais idosos, com valores-padrão dependendo da necessidade. Os cuidados em casa são apoio para as atividades básicas de cuidado pessoal (levantar-se da cama, vestir-se, tomar banho) e para a limpeza, a preparação de alimentos etc. Fora de casa há cuidados de longo e médio prazo - e até um dia em centros adequados.No Japão, em casa, destacam-se o auxílio no banho, cuidados de enfermagem, reabilitação, visita de médicos e dentistas e adaptação da residência às necessidades pessoais. Os fora de casa são como na Alemanha.Na Europa, há inclusive apoio aos cuidadores informais, como familiares, amigos e vizinhos de idosos. Na Alemanha, por exemplo, eles têm seguro de acidentes de trabalho e contribuição para aposentadoria. No Reino Unido, há benefício em dinheiro, além de orientação a respeito das condições de seu próprio trabalho. Outros países dão assistência psicológica e pausas no trabalho, por causa do desgaste físico e emocional. Na Suécia, os familiares cuidadores das pessoas com doenças terminais podem se ausentar do trabalho por 60 dias.No Brasil, 23% das famílias têm pessoas da terceira idade. Pouco mais de 10% dos idosos vivem sós, sendo que 73% vivem em famílias compostas em sua maioria por adultos. Apenas 13% dos brasileiros com 60 anos ou mais vivem em famílias com renda abaixo de um salário mínimo. Do total da renda daqueles nessa faixa etária, 67% vêm de benefícios previdenciários e assistenciais. Este percentual é de 83% no caso dos com mais de 80 anos.O estudo do Ipea cita como nossos principais desafios ampliar o conhecimento sobre a dependência associada ao envelhecimento, com a identificação dos idosos nessa situação e de suas principais necessidades; dar continuidade na ampliação da cobertura dos benefícios monetários; ampliar a oferta de serviços assistenciais e de saúde especializados à pessoa idosa dependente no âmbito da seguridade social; garantir qualidade aos cuidados institucionais prestados aos dependentes; avaliar a atuação das famílias e suas necessidade de apoio no cuidado do dependente, tendo em vista as transformações por que passam e sua grande heterogeneidade socioeconômica; e dar apoio, atenção e garantir acesso à proteção social aos cuidadores informais.
Por Engel Paschoal

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