
Um em cada quatro serão idosos
Tem crescido de modo geral o segmento dos com 60 anos, com destaque para os com 80 anos ou mais. Projeções da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), da Organização das Nações Unidas (ONU), indicam que os idosos, que representavam 7,9% da população total em 2000, passarão a 22,6% em 2050, quando uma de cada quatro pessoas na região estará nessa faixa de idade.No Brasil, o número de idosos subiu 100% entre 1950 e 2000. As estimativas apontam para um aumento significativo nas próximas décadas, chegando-se em 2050 a cerca de 30% da população. O crescimento do total daqueles acima de 80 anos é ainda mais expressivo. Entre 1950 e 1980, eles representavam em torno de 0,5%. Em 2000, passaram a 1% e em 2050 deverão ser 6% dos brasileiros.
Benefícios e serviços oferecidosNa Alemanha, há benefícios em dinheiro para os mais idosos, com valores-padrão dependendo da necessidade. Os cuidados em casa são apoio para as atividades básicas de cuidado pessoal (levantar-se da cama, vestir-se, tomar banho) e para a limpeza, a preparação de alimentos etc. Fora de casa há cuidados de longo e médio prazo - e até um dia em centros adequados.No Japão, em casa, destacam-se o auxílio no banho, cuidados de enfermagem, reabilitação, visita de médicos e dentistas e adaptação da residência às necessidades pessoais. Os fora de casa são como na Alemanha.Na Europa, há inclusive apoio aos cuidadores informais, como familiares, amigos e vizinhos de idosos. Na Alemanha, por exemplo, eles têm seguro de acidentes de trabalho e contribuição para aposentadoria. No Reino Unido, há benefício em dinheiro, além de orientação a respeito das condições de seu próprio trabalho. Outros países dão assistência psicológica e pausas no trabalho, por causa do desgaste físico e emocional. Na Suécia, os familiares cuidadores das pessoas com doenças terminais podem se ausentar do trabalho por 60 dias.No Brasil, 23% das famílias têm pessoas da terceira idade. Pouco mais de 10% dos idosos vivem sós, sendo que 73% vivem em famílias compostas em sua maioria por adultos. Apenas 13% dos brasileiros com 60 anos ou mais vivem em famílias com renda abaixo de um salário mínimo. Do total da renda daqueles nessa faixa etária, 67% vêm de benefícios previdenciários e assistenciais. Este percentual é de 83% no caso dos com mais de 80 anos.O estudo do Ipea cita como nossos principais desafios ampliar o conhecimento sobre a dependência associada ao envelhecimento, com a identificação dos idosos nessa situação e de suas principais necessidades; dar continuidade na ampliação da cobertura dos benefícios monetários; ampliar a oferta de serviços assistenciais e de saúde especializados à pessoa idosa dependente no âmbito da seguridade social; garantir qualidade aos cuidados institucionais prestados aos dependentes; avaliar a atuação das famílias e suas necessidade de apoio no cuidado do dependente, tendo em vista as transformações por que passam e sua grande heterogeneidade socioeconômica; e dar apoio, atenção e garantir acesso à proteção social aos cuidadores informais.
Por Engel Paschoal
Nenhum comentário:
Postar um comentário