domingo, 15 de fevereiro de 2009

PROGRAMAÇÃO CARNAVAL DE CAICÓ(RN) 2009

Brisas Balneário - Diurno
Dia 21/02 - Sábado - Banda Deixe de Brincadeira e atração local Dia 22/02 - Domingo – Forró do Muído Elétrico e atração local Dia 23/02 - Segunda feira - Bondy Samba de Fortaleza e atração local Dia 24/02 - Terça feira – Saia Rodada Elétrica e Bondy do Samba de Fortaleza
Programação do bloco Ala Ursa
Dia 18/02 - Quarta feira – O Camburão na FoliaDia 19/02 - Quinta feira – Psicofolia do Hospital Milton MarinhoDia 20/02 - Sexta feira - As Quengas do MagãoDia 21/02 - Sábado - O Magão a Todo VaporDia 22/02 - Domingo – O PapangúDia 23/02 - Segunda feira - Bloco Melhor IdadeDia 24/02 - Terça feira – Pegadinha do Ala UrsaDia 25/02 - Quarta feira - Camburão na Folia
Ilha de Santana - Noite
Dia 18/02 - Quarta feira – Capilé e BandaDia 19/02 - Quinta feira – InalaDia 20/02 - Sexta feira - PrabaláDia 21/02 - Sábado - Fátima Moreno e BakulejoDia 22/02 - Domingo – Cavaleiros Elétrico e Pawleira do BrasilDia 23/02 - Segunda feira - Lane CardosoDia 24/02 - Terça feira – Cheiro de Menina e Vicente Nery elétrico

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Metade da população do país, negros continuam em situação marginal na mídia

O dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, que celebra a morte deZumbi dos Palmares em 1695 como símbolo de resistência à escravidão, étradicionalmente marcado por marchas e protestos realizados pelomovimento negro. Este momento, utilizado para dar visibilidade aodebate sobre a igualdade racial no Brasil, é válido também para umareflexão sobre como esta questão é retratada nos meios de comunicação,das notícias às novelas, e qual é a influência que estes conteúdosgeram no imaginário popular em nosso país.Um dos exemplo mais gritantes é a afirmação de estereótipos existente nateledramaturgia brasileira. Resistem na TV as velhas situações deinferioridade impostas aos negros e negras: a doméstica, a mulatasambista, o malandro delinqüente. Mais recentemente, o políticocorrupto da novela “A Favorita” da Rede Globo surgiu para “comprovar” adoutrina da emissora de que a ascensão social pela iniciativaindividual é possível, mas que mau-caratismo não tem cor, mesmo que umsó exemplo baste. É, de qualquer maneira, sintomático que os rostos vistos nos telejornais e programas deauditório sejam quase sempre brancos. “O dado é que existe umainvisibilidade do negro nos meios de comunicação”, afirma MárcioAlexandre Gualberto, militante do Coletivo de Entidades Negras do Riode Janeiro. A resposta das emissoras – que operam em regime deconcessão pública, nunca é demais lembrar – à demanda dos negros enegras, quase metade da população do país, refere-se a casos deintegrantes deste segmento em posição de destaque, como os jornalistasGlória Maria e Heraldo Pereira, trajetórias que podem ser consideradascomo exceções que servem apenas de confirmação à regra. Segregação simbólicaPara Dennis de Oliveira, professor da Escola de Comunicações e Artes da USPe membro do Núcleo de Pesquisas e Estudos Interdisciplinares sobre oNegro, há no país uma “segregação simbólica”, ou seja, tolera-se apresença do negro em atividades lúdicas como esporte, dança e músicacomo uma forma de compensação por sua ausência em outros espaços. “Oresultado é justamente a criação de estereótipos”, diz o docente.“Quem entrega a pizza na propaganda é sempre um negro. Queremos que todossejam tratados iguais”, afirma Gláucia Matos, militante da Fala Preta!- Organização de Mulheres Negras. Segundo ela, o conteúdo dospersonagens negros tem uma tendência à desvalorização, sobretudo nocaso das mulheres. “Nas crônicas policiais, o branco é sempre retratadocomo classe média, enquanto o negro é visto como marginal”, concordaMárcio Gualberto. “Além disso, na TV, quando a vitima é negra, suareação é sempre pela vitimização ou pela superação, mas nunca adenúncia”, acrescenta Dennis de Oliveira.Esta segregação tem tamanho poder que atinge a imagem que os negros têm desi próprios. Em 1932, Castro Barbosa cantava a marchinha “O teu cabelonão nega”, composição de Lamartine Babo até hoje executada nos blocoscarnavalescos. “Mas como a cor não pega, mulata, mulata eu quero teuamor” é a mensagem passada pela música. Desde então, as piadaspejorativas relativas ao cabelo crespo típico da raça negra nãocessaram. Gualberto conta que é comum que os negros passem em algummomento pela “crise do cabelo”.Isso acontece, diz ele, porque a idéia de belo reproduzida pela mídia éjustamente o padrão europeu. “É como o negro que fica rico e se casacom uma loira. Esta é a lógica do vencedor imposta pelos meios decomunicação”. Gláucia Matos conta que o movimento negro inclusive jáprocessou a marca de palhas de aço Assolan por associar seu produto aocabelo crespo de maneira pejorativa.Preconceito veladoNo último dia 2 de novembro, o inglês Lewis Hamilton não ganhou a etapa deSão Paulo da Fórmula 1, mas levou o título do campeonato vencendojustamente um brasileiro. Primeiro negro a conquistar a principalcategoria do automobilismo mundial, Hamilton e familiares sofreram umracismo que não acreditavam encontrar por aqui. As manifestações foramexaustivamente reproduzidas pela imprensa européia, mas no Brasil arepercussão foi quase nula, revelando a omissão da mídia nativa emdenunciar o preconceito de seus cidadãos.Para Márcio Gualberto, para além da presença física na teledramaturgia ou napublicidade, existe nos meios de comunicação em geral, sobretudo nojornalismo, “incapacidade, indiferença e má vontade” para lidar com aquestão do preconceito racial. Gláucia Matos acredita que este cenáriose refere ao papel da mídia em manter o preconceito. “Existem inúmeroscasos de racismo nos tribunais. Os jornais também não dizem que amaioria dos jovens assassinados no país são negros”, afirma.Admissão de culpaO sociólogo brasileiro Florestan Fernandes dizia que a característicamais marcante do racista brasileiro é a de não se considerar racista. Amelhor tradução prática dessa afirmação surge em “Não Somos Racistas”,livro de Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da Rede Globo. “Aomesmo tempo em que admite que existem diferenças, diz que é precisoignorá-las para não criar uma divisão no país. É algo paranóico”,comenta Gualberto.Na avaliação de Dennis de Oliveira, a mídia insiste que o racismo no Brasil não tem um carátersistêmico, abordando a questão sempre pela ótica individual. “A ação damídia é sempre no sentido de minorar a questão, tirando-lhe a seriedadepara que não entre na agenda [pública].”O professor aponta que a única forma de superação do preconceito nosmeios de comunicação seria o movimento negro se organizar paraconstruir mídias alternativas. Gláucia Matos afirma que existemconquistas por conta da atuação do movimento, que tem monitorado edenunciado com maior rigor. “Mas no que depender da mídia”, diz ela,“ainda falta muito.”

Castas Sociais

Castas
Castas, em sociologia, são sistemas tradicionais, hereditários ou sociais de estratificação, ao abrigo da lei ou da prática comum, com base em classificações tais como a raça, a cultura, a ocupação profissional, etc.Varna, a designação sânscrita original para "casta", significa "cor".
As castas na Índia
O sistema de castas (Varna) indiano é dividido de acordo com a estrutura do corpo de Brahma. As quatro principais castas são:
A boca (Brahmin) representa os sacerdotes, filósofos e professores;
Os braços (Kshatriya) são os militares e os governantes;
O estômago (Vaishya) são os comerciantes e os agricultores;
Os pés (Shudra) são os artesãos, os operários e os camponeses.
A "poeira sob os pés" não pertence às castas, mas tem um nome: são os Dalit ou párias, os chamados intocáveis (a quem Mahatma Gandhi deu o nome de Harijan, "filhos de Deus"). São constituídos por aqueles (e seus descendentes) que violaram os códigos das castas a que inicialmente pertenciam. São considerados impuros e, por isso, ninguém ousa tocar-lhes. Fazem os trabalhos considerados mais desprezíveis: recolha de lixo, coveiros, talhantes, etc. Na sequência das invasões mongóis da Índia (século XIII), milhões de párias converter-se-iam ao islamismo, uma religião que não os ostracizava. Fora do sistema das castas, também existem os Adivasis (povos tribais) e os Mechhas (estrangeiros).
Inicialmente, as castas teriam surgido ligadas aos guna predominantes nos indivíduos. Assim, aqueles em que sattva predomina são inclinados às actividades espirituais, à filosofia, à literatura, às artes, às ciências e ao conhecimentosacerdotes, yogis, mestres espirituais (gurus), eremitas, filósofos, astrólogos, cientistas, escritores, historiadores, artistas e poetas (brâmanes). Rajas inclina naturalmente a actividades enérgicas, agressivas, à conquista de coisas (terras, riquezas) e pessoas (domínio dos outros), à aversão à pobreza e à modéstia, à busca da fama e da notoriedade — guerreiros e governantes (kshatriya) e comerciantes, proprietários de terras, artistas (vaishya). Tamas inclina à passividade, à inércia, à falta de ambição, à ignorância, ao medo de assumir responsabilidades e riscos, a viver o dia-a-dia em iludido contentamento, em ocupações humildes, repetitivas e cansativas, deixando-se conduzir pelos mais fortes e enérgicos — artesãos, operários, camponeses (shudra).
Ao contrário do igualitarismo islâmico, o hinduísmo tem uma concepção social que se expressa nesse sistema de castas, adotado no tempo das invasões arianas (cerca de 1.500 - 2.000 a. C.). As castas, segundo eles, nada mais são do que partes diferenciadas de um corpo divino. Na Índia, antes da independência, elas somavam umas 3 mil, resultantes das subdivisões das quatro castas "clássicas": os Brahmin (sacerdotes), os Kshatryia (guerreiros), os Vaishya (comerciantes) e os Shudra (camponeses e artesãos).
Não há salvação individual (moksha) na medida em que a pessoa só é entendida como pertencente a uma casta a quem ela deve fidelidade absoluta. Se por acaso infringir as normas da sua casta, o indivíduo é expulso, tornando-se um pária (pariyan) ou intocável (harijans ou dalits). É generalizada entre os hindus a crença na reencarnação, no eterno retorno das almas à vida (palingenesia para os gregos antigos) que podem ser acolhidas inclusive em animais. Tem como ideal a seguir os ashrama, as quatro etapas da vida, onde o homem, depois de estudar, casar-se, trabalhar e constituir família, renuncia à vida mundana e se dedica inteiramente à busca da moksha iluminação, através do yoga (meditação e a outras práticas espirituais), vivendo como eterno peregrino, em reclusão na floresta ou nas montanhas, sobrevivendo à custa de esmolas e oferendas de comida, que lhe estão culturalmente asseguradas pelo resto da população.
Apesar do sistema de castas ter sido rejeitado pela Constituição Indiana de 1950 (devido à pressão de políticos ocidentalizados), ele continua a fazer parte da cultura da Índia moderna. Actualmente, no hinduísmo, existem mais de 3.000 sub-castas não-oficiais.
Há pensadores, como o indologista Alain Daniélou, que consideram o sistema das castas como social e culturalmente válido e justificável no contexto indiano, uma forma muito eficaz de preservar certas sub-raças, subculturas e certas profissões transmitidas geracionalmente, sendo as recentes tentativas de o destruir um verdadeiro caso de etnocentrismo, um genocídio cultural da sociedade indiana, levado a cabo pelas potências ocidentais neocolonialistas.

LEI Nº 11.684, DE 2 DE JUNHO DE 2008

DIÁRIO OFICIAL Nº 104 - Ano CXLV - Brasília - DF, terça-feira, 3 de junho de 2008
LEI Nº 11.684, DE 2 DE JUNHO DE 2008
Altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 dedezembro de 1996, que estabelece as diretrizese bases da educação nacional, paraincluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinasobrigatórias nos currículos do ensinomédio.O VICE - PRESIDENTE DA REPÚBLICA,no exercíciodo cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancionoa seguinte Lei:Art. 1o O art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de1996, passa a vigorar com as seguintes alterações:"Art. 36. ....................IV - serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinasobrigatórias em todas as séries do ensino médio.§ 1o.
III - (revogado)................................................................................................" (NR)Art. 2o Fica revogado o inciso III do § 1o do art. 36 da Leino 9.394, de 20 de dezembro de 1996.Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Brasília, 2 de junho de 2008; 187o da Independência e 120oda República.
JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVAGOMES DA SILVA
Fernando Haddad

50 ANOS DEPOIS...

50 ANOS DEPOIS...O mesmo desafio de fazer a Revolução

"A tirania foi derrubada. A alegria era imensa. Contudo, ainda faltava muita coisa a fazer. Não nos enganemos pensando que agora tudo será mais fácil; talvez, a partir de agora, tudo seja mais difícil".
Essas foram as palavras ditas por Fidel Castro ao povo no dia em que entrou em Havana, em 8 de janeiro de 1959. Muitos não imaginaram o imenso desafio que teriam perante si.
Poucos dias depois, Fidel proclamou o direito à autodeterminação nas relações com os Estados Unidos e isso foi suficiente para iniciarem imediatamente as agressões, os planos de atentados contra ele e para a irritação dos políticos norte-americanos, sendo prova disso os discursos e artigos da época, como por exemplo, o editorial da revista Time, porta-voz dos setores mais conservadores, intitulado "O neutralismo de Fidel Castro é um desafio para os EUA". Nem neutros podiam ser os cubanos diante dos Estados Unidos.
O triunfo da Revolução, em janeiro de 1959, significou para Cuba a possibilidade real, pela primeira vez na sua história, de exercer o direito à livre determinação. Desde esse momento, nem o presidente, nem o Congresso, nem os embaixadores dos EUA puderam decidir o que se podia ou não fazer em Cuba. Acabou a amarga dependência, pela qual, os governantes norte-americanos e seus embaixadores dispunham de um poder muitas vezes maior para decidir em Cuba, que o poder real que tinham para tomar decisões dentro do governo federal dos EUA, em relação a quaisquer dos 50 estados que formam a União.
Foi precisamente em exercício deste direito que, depois de conquistada a independência nacional, começou logo a aplicação do programa anunciado por Fidel no julgamento do Moncada, em 1953, e inserido na sua histórica alegação A História me Absolverá.
Cuba estabeleceu o sistema econômico e social que considerou mais justo e a um Estado socialista com democracia participativa, igualdade e justiça social.
Nessa época, a economia do país caracterizava-se por um escasso desenvolvimento industrial, dependendo fundamentalmente da produção açucareira e de uma economia agrícola concentrada nos latifúndios, onde os latifundiários controlavam 75% do total das áreas agrícolas.
A maior parte da atividade econômica do país e seus recursos minerais eram controlados por capitais norte-americanos, que dispunham de 1,2 milhão de hectares de terra (uma quarta parte do território produtivo), além de controlar a parte fundamental da indústria açucareira, a produção de níquel, as refinarias de petróleo, os serviços de eletricidade e de telefone, a maior parte do crédito bancário, e outros.
O mercado estadunidense abrangia, aproximadamente, 70% das exportações e importações cubanas, sendo os volumes do intercâmbio comercial muito dependentes: Em 1958, Cuba exportava produtos avaliados em 733 milhões de pesos e importava a 777 milhões.
A situação social existente caracterizava-se pelo elevado desemprego e analfabetismo, o sistema de saúde, a assistência social e o estado das moradias da maior parte da população eram precários, e existiam abismais diferenças nas condições de vida entre a cidade e o campo. Existia uma elevada polarização e distribuição desigual das receitas: em 1958, 50% da população dispunha apenas de 11% das receitas e 5% concentrava 26% das rendas. Além disso, a discriminação racial e da mulher, a mendicidade, a prostituição e a corrupção social e administrativa se tinham propalado.
A inadiável solução dos problemas sociais e econômicos mais urgentes da sociedade cubana apenas podiam encarar-se com a livre disposição das riquezas e recursos naturais, e assim, sob o amparo da Constituição, aprovada em 1940 e conforme as normas do Direito Internacional, Cuba exerceu o direito de dispor desses recursos e assumiu as obrigações derivadas disso, indenizando todos os recursos nacionais de terceiros países (Canadá, Espanha, Inglaterra, etc) exctuando os nacionais dos Estados Unidos, cujo governo rejeitou as disposições cubanas e converteu esta decisão do Estado cubano num pretexto para desencadear uma guerra sem precedentes na história das relações bilaterais entre duas nações.os recursos nacionais de terceiros pas recursos e assumiu as obrigada Constituiamental, daproducipativa, igualdade e justiir o
A Revolução não só entregou a propriedade da terra aos camponeses, que até esse momento eram submetidos a condições semi-feudais de produção e obrigados a viverem na extrema pobreza, mas também, os recursos que o país tinha, foram destinados ao desenvolvimento econômico da nação e à melhora das condições materiais e de vida da população. Para termos uma idéia, na década de 80, foram destinados aproximadamente 60 bilhões de pesos à construção de unidades produtivas e de obras sociais.
O processo de industrialização implementado permitiu o início da diversificação econômica e produtiva. Até o início da crise econômica, resultante do colapso da União Soviética e do bloco socialista europeu, entre 1989 e 1991, chamada de período especial em Cuba, aumentou em 14 vezes a capacidade de produção de aços; em seis vezes, a produção de cimento; em quatro vezes, a produção de níquel; em dez vezes, a de fertilizantes; em quatro vezes, a de refinação de petróleo (sem contar a nova refinaria de Cienfuegos); em sete vezes, a produção de têxteis; em três vezes, o turismo, para apenas mencionar alguns setores. Também foram criados novos setores e novas indústrias, como a indústria da construção de maquinarias, a mecânica, a eletrônica, a produção de equipamentos médicos, a indústria farmacêutica, a indústria de materiais da construção, a indústria do vidro, da cerâmica, e outras. A isso se somam os investimentos com que aumentaram e modernizaram as indústrias açucareira, alimentícia e dos têxteis. A esse esforço une-se o desenvolvimento da biotecnologia e da engenharia genética, e outros ramos científicos.
O país também melhorou a infra-estrutura. A geração de eletricidade aumentou em mais de oito vezes, a capacidade de água armazenada aumentou em 310 vezes, de 19 milhões de metros cúbicos em 1958, atualmente é de acima dos 9 bilhões. Também houve diversificação de estradas e rodovias, modernização dos portos e outros. As necessidades sociais foram satisfazendo-se, exceto a habitação, que é o grande problema cubano.
O progressivo crescimento e diversificação do potencial produtivo e a aplicação de um programa social permitiram enfrentar o desemprego. Em 1958, de 6 milhões de habitantes, por volta de um terço da população economicamente ativa estava desempregada, dela, 45% nas zonas rurais, enquanto de 200 mil mulheres empregadas, 70% trabalhava de doméstica. Atualmente, com 11 milhões de habitantes, o número de pessoas empregadas é de mais de 4,5 milhões. Mais de 40% dos trabalhadores são mulheres, representando mais de 60% da força técnica e profissional do país.
Em 1958, a cifra de analfabetos e semi-analfabetos atingia 2 milhões. A média de escolaridade entre as pessoas maiores de 15 anos não ultrapassava a terceira série, mais de 600 mil crianças não freqüentavam a escola e 58% dos professores não tinham emprego. Apenas 45,9% das crianças em idade escolar tinha matriculado e metade delas não freqüentava a escola, conseguindo terminar o ensino primário 6% das crianças matriculadas. As universidades mal tinham capacidade para 20 mil estudantes.
O setor da educação recebeu imediatamente a atenção do Estado revolucionário. O primeiro programa foi a campanha de alfabetização com a participação da população. Construiu-se uma ampla rede de escolas em todo o país e mais de 300 mil professores trabalham no setor. A média de nível escolar entre os maiores de 15 anos é de nona série. Os 100% das crianças em idade escolar matriculam nas escolas e os 98% terminam o ensino primário e 91%, o secundário. Um em cada 11 habitantes é universitário e um em cada oito têm algum nível de preparação técnico-profissional. Há 650 mil estudantes nas universidades e o ensino é gratuito. Além disso, 100% das crianças com deficiências físicas e mentais têm a possibilidade de se prepararem para a vida em escolas especiais.
Em 1958, a precária situação da saúde pública se caracterizava por uma mortalidade infantil que ultrapassava 60 em cada mil nascidos vivos e a mortalidade materna, 118 mil em cada 10 mil. A taxa de mortalidade por gastrenterite era de 41,2 em cada cem mil e a de tuberculose, 15,9 em cada cem mil. Nas zonas rurais, 36% da população padecia parasitas intestinais, 31% malária, 14% tuberculose e 13% febre tifóide. A esperança de vida ao nascer era de 58,8 anos.
A capital do país tinha 61% dos leitos dos hospitais e 65% dos 6.500 médicos. No resto das províncias existia um médico em cada 2.378 habitantes e em todas as zonas rurais da nação existia apenas um hospital.
Atualmente, o atendimento médico é gratuito e Cuba dispõe de mais de 70 mil médicos, havendo um médico em cada 194 habitantes e quase 30 mil deles prestam serviços em mais de 60 países. Foi criada uma rede nacional de mais de 700 hospitais e policlínicas.
Em face da massificação da vacinação (neste momento, são aplicadas 13 vacinas em cada criança), foram virtualmente eliminadas doenças como a poliomielite, a difteria, o sarampo, a coqueluche, o tétano, a rubéola, a parotidite e a hepatite B. A mortalidade infantil é de 5,3 em cada mil nascidos vivos e a esperança de vida é de mais de 77 anos.
Também se prestam gratuitamente serviços médicos de alta tecnologia, que no âmbito internacional não são usualmente considerados básicos, como é o atendimento nas salas de cuidados intensivos nos hospitais pediátricos e de adultos, serviços de cirurgia cardiovascular, serviços de transplante, cuidados especiais de perinatologia, tratamento da insuficiência renal crônica, serviços especiais para a reabilitação física e médica, e outros.
Não só as medidas econômicas e sociais foram a prioridade do Estado revolucionário, mas também os esforços encaminhados a estabelecer a base jurídica interna que possibilitaria o exercício do direito à livre determinação, mediante uma participação direta da população na discussão, análise e aprovação das principais leis do país, entre as quais, a Constituição de 1976, aprovada por 97% dos cubanos maiores de 16 anos, mediante referendo ou outras leis importantes, como o Código Penal, o Código Civil, o Código da Família, o Código da Infância e da Juventude, o Código do Trabalho e da Previdência Social, etc.
Da mesma maneira, a livre determinação do povo cubano também se expressa no direito de defender a nação face à agressão exterior.
Atualmente, mais de quatro milhões de cubanos — trabalhadores, camponeses e estudantes universitários — estão organizados nas milícias em suas áreas de residência ou em suas fábricas e zonas rurais.
Desde 1959, Cuba teve que enfrentar a hostilidade de dez administrações norte-americanas, que pretenderam limitar o direito de livre determinação, mediante agressões e a imposição unilateral de um criminoso bloqueio econômico, comercial e financeiro.
É um princípio universalmente aceito da lei internacional, a proibição da coerção de um Estado contra outro, com o propósito de lhe negar o exercício de seus direitos soberanos. No artigo 24 da Carta das Nações Unidas, assinala-se que as nações deveriam se abster em suas relações internacionais da ameaça ou do uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado.
Durante os últimos 45 anos, os Estados Unidos proibiram o comércio com Cuba, inclusive, alimentos e medicamentos; cancelaram a cota cubana de exportação açucareira; seus cidadãos são proibidos, com fortes sanções, de viajarem à Ilha; proíbem a reexportação de produtos de origem estadunidense que tenham componentes ou tecnologia norte-americana de terceiros países a Cuba; proíbem os bancos em terceiros países de terem contas em dólares com Cuba ou de utilizarem essa divisa em suas transações com a nação cubana; intervêm sistematicamente para impedir ou obstaculizar o comércio e a outorga de financiamento ou ajuda a Cuba por governos, instituições e cidadãos de outros países e organismos internacionais.
Essas medidas obrigaram o nosso país, na década de 1960, a reorganizar suas relações econômicas de uma maneira estrutural, pois se viu obrigado a isso, diante das circunstâncias e por ter criado todos seus mercados fundamentais nos países da antiga Europa oriental, designadamente na ex-União Soviética, impelindo-o a uma reconversão quase total de toda a tecnologia industrial, meios de transporte e outros.
Depois que Cuba perdeu seus mercados naturais no Leste europeu, o governo norte-americano acirrou o bloqueio mediante a Lei Torricelli, em 1992, sob o pretexto da "democracia e dos direitos humanos" para proibir as subsidiárias estadunidenses, estabelecidas em terceiros países e sujeitas a leis dessas nações, de realizarem operações comerciais ou financeiras com Cuba (sobretudo em alimentos e medicamentos), punir com a proibição da entrada nos portos norte-americanos, por 180 dias, de todos os navios que transportem mercadorias para ou de Cuba, medidas que, por serem extraterritoriais, não só prejudicam Cuba, mas também a soberania de outras nações, bem como a liberdade internacional de transporte.
Em 12 de março de 1996, o governo dos Estados Unidos pôs em vigor a Lei Helms-Burton, que agravou as relações entre os dois países e pretendeu atribuir-se o direito de sancionar os cidadãos de terceiros países em cortes norte-americanas, ao passo que determinou sua expulsão ou a negação do visto de entrada nos Estados Unidos, com o objetivo de obstaculizar o esforço que realiza a nação cubana para recuperar sua economia e para conseguir uma maior inserção na economia internacional. O governo dos EUA pretendeu pressionar a população cubana para fazê-la abrir mão de seu empenho de conseguir a livre determinação.
Mais recentemente, os EUA adotaram o Plano Bush, que pretende tornar Cuba uma colônia, mediante um programa anexionista de intervenção, sob o pretexto de uma "transição", onde o Departamento de Estado responsabilizou um de seus dirigentes pela "direção" da nação, quando o Estado revolucionário desaparecer. Este Plano, pelo qual George W. Bush decidiu "precipitar o dia em que Cuba seja livre", acirra o bloqueio e a pressão sobre os cubanos, inclusive, reprime as relações familiares dos cubanos residentes nos Estados Unidos, entrega recursos milionários aos grupos terroristas de Miami, bem como a seus mercenários subordinados à Repartição dos Estados Unidos em Havana e promove fórmulas para desestabilizar o país e incrementar a pressão internacional sobre a Ilha.
Esta hostilidade norte-americana teve outras manifestações de agressão que inclui desde a agressão militar pela Baía dos Porcos, em 1961, a guerra suja dos bandos contra-revolucionários, apoiados e munidos militarmente pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, a guerra bacteriológica contra as plantações (cana-de-açúcar, fumo e cítricos), animais (febre suína) e pessoas (dengue hemorrágica) , até os planos de sabotagem, bombardeios, mediante o uso de aviões espias e atentados contra os principais dirigentes da Revolução.
É bem conhecido o trabalho que as organizações terroristas realizam na execução de ações militares contra Cuba, a partir do território norte-americano, promovidas e financiadas pelos meios de comunicação em Miami, que recrutam constantemente aventureiros dispostos a virem a Cuba como espiões para perpetrarem ações de sabotagem, que declaram abertamente que não têm receio de serem processados nem condenados pelas autoridades estadunidenses.
Essa é a causa pela qual jovens patriotas colocam os interesses da nação sobre os pessoais, sacrificando, inclusive, seus parentes, e se infiltram nos grupelhos terroristas. Dessa maneira, conseguem saber de suas atividades, evitando o derramamento de sangue do povo cubano e norte-americano. Eles estão dispostos a pagarem o preço da irracionalidade política do governo dos Estados Unidos, como acontece hoje com os Cinco heróis presos injustamente nos cárceres norte-americanos por lutarem contra o terrorismo.
A isso soma-se o aparelho militar criado pelos Estados Unidos contra Cuba e as constantes atividades contra nosso país, bem como a ocupação ilegal da base naval de Guantánamo em território cubano (que hoje é uma prisão terrorífica), pedaço de território oocupado a Cuba pelos Estados Unidos no início do século passado e que o governo norte-americano se nega a devolver ao povo cubano.
No início de 1990, depois do colapso da União Soviética, isolada e vilipendiada pela reação internacional, Cuba suportou o golpe da perda de seus mercados e demonstrou que podia brilhar com luz própria, porque pôde suportar essa conjuntura pela extraordinária prova de resistência da maioria da população cubana.
A população cubana decidiu apoiar consciente e conseqüentemente a direção política do país, não só porque identifica o sistema com seu próprio interesse, mas também pela maneira responsável com que o Estado assume a crise, reorganizando as forças e projetando estratégias para buscar soluções, apesar do bloqueio norte-americano e dos condicionamentos de seus aliados europeus.
Os sacrifícios provocados por essa situação são duros, mas são suportados não só pelos avanços sociais conseguidos, mas também pela confiança nos dirigentes do país e pela apreciação das pessoas de que seu governo não é um governo decadente nem com crise em sua gestão ou carente de estratégias, mas sim um governo que demonstrou que, ainda nas mais difíceis circunstâncias, jamais deixou de atender a população.
Decorreram 50 anos e o processo libertador chegou até aqui na mesma direção daquela noite, quando Fidel, diante do povo que o aclamava, no quartel-general da tirania naquele momento, disse que talvez, a partir de agora, tudo fosse mais difícil, porque teríamos que lutar para fazer a Revolução.
Com certeza, é o desafio dessa luta a que está vigente nas atuais circunstâncias para eliminar os vícios e enaltecer as virtudes, com Fidel como soldado das idéias, como guia na luta pela liberdade e pela independência.
Os inimigos de Cuba apostam no contrário. Neste mundo, onde a política é uma charge, não podem entender que esta Revolução é um processo de continuidade no seu pensamento e na sua ação e que Fidel continuará sendo o líder da Revolução de hoje e de amanhã, que além de cargos e de títulos, continuará sendo o conselheiro de idéias, ao qual sempre deveremos acudir, porque Fidel conseguiu ultrapassar a vida política para se inserir como algo íntimo na vida familiar da imensa maioria dos cubanos.