quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O plástico na reciclagem energética

Derivado do petróleo, o plástico possui um alto poder calorífico e, por isso, é considerado, por especialistas, um componente importante no processo de reciclagem energética. A alternativa, no entanto, é aconselhada para os resíduos não-recicláveis. Quando o assunto são os materiais que podem ser reciclados – e, inclusive, as sacolinhas plásticas – a boa e velha reciclagem mecânica é a melhor opçãoQueimar o lixo e utilizar o calor produzido durante a queima dos resíduos para gerar energia elétrica ou térmica para a sociedade. Essa é a ideia do processo de reciclagem energética, que já é adotado em vários países – como Suíça, EUA, Japão e França – como solução para a grande produção de lixo no mundo e a falta de espaço para tratá-lo adequadamente.

Recomendada, inclusive, pelo IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU – Organização das Nações Unidas como solução para a destinação final do lixo urbano não reciclável, no Brasil a reciclagem energética engatinha e ainda é muito criticada, principalmente por ser confundida com a simples incineração dos resíduos – que não aproveita o calor da queima para gerar energia e, ainda, não emprega tecnologia adequada para evitar a emissão de gases prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Especialistas em reciclagem aprovam a técnica e vão além, afirmando que, com o aumento populacional – e, consequentemente, o crescimento da produção de lixo – e a diminuição do espaço dos aterros, a tendência é que, nos próximos cinco anos, o país invista cada vez mais em usinas de reciclagem energética. Atualmente, no Brasil, existe apenas um projeto experimental na área, desenvolvido pela UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro: a Usina Verde, que produz energia elétrica, mas apenas para consumo próprio. (Saiba mais em A luz que vem do lixo e A energia que vem do lixo).

PLÁSTICO
Com a crescente necessidade da adoção de novas medidas para o controle do lixo no mundo, instituições especializadas – como a Plastivida e a Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais – passaram a estudar mais profundamente as possibilidades da reciclagem energética e descobriram que o plástico é um componente que faz grande diferença nesse tipo de processamento.

O material detém boa parte do potencial energético de sua matéria-prima, o petróleo, e, por isso, possui alto poder calorífico. Isso significa que, ao ser queimado na reciclagem energética, o material libera grande quantidade de calor e, consequentemente, produz muita energia. De acordo com a Plastivida, 1 kg de plástico é capaz de produzir a mesma quantidade de energia elétrica gerada por 1 kg de óleo diesel.

“A presença dos plásticos no processo de reciclagem energética é, realmente, positiva. No entanto, a queima do material libera gases como CO e CO2 e, por isso, essa técnica deve ser bem monitorada – com instalações operacionais e sistemas de controle de emissão adequados, além de mão-de-obra qualificada – para que não sejam liberados na atmosfera poluentes sólidos e gasosos, prejudiciais à saúde das pessoas e do meio ambiente. O grande problema é o custo”, diz o especialista em reciclagem de polímeros, da USP, Helio Wiebeck.

Já o gerente de operações da Usina Verde, Jorge Nascimento, não acredita que o preço da instalação e da operação de uma usina de reciclagem energética seja empecilho. “De fato, importar a tecnologia usada por outros países para realizar o processo sairia caro.
Fonte: Superinteressante

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