quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Politicamente engajado, "Tropa de Elite 2" mostra amadurecimento

Capitão Nascimento, ou melhor, Coronel Nascimento, está mais velho. "E mais consciente também", como definiu seu intérprete Wagner Moura ao Famosidades, presente na pré-estreia badalada de "Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro" em Paulínia, interior de São Paulo, na noite de terça-feira (5). A fórmula, no entanto, não envelheceu.
Apostando nos elementos e recursos que fizeram o sucesso do primeiro filme - como cenas de ação coordenadas por uma equipe importada do cinema hollywoodiano, "Tropa 2" também se apresenta mais maduro, reformulado, mais ácido e critico por tocar fundo na ferida superficialmente explorada no filme antecessor. Os inimigos do Coronel Nascimento são outros, e a forma como isso aparece na tela é pouco agradável.
A sequência quer buscar a origem da violência e dos problemas urbanos que, ao contrário do primeiro "Tropa", ficou concentrada na briga entre bandido e ladrão, tendo como plano de fundo as favelas do Rio de Janeiro. Passaram-se 15 anos desde que o personagem Nascimento deixou de subir os morros para combater o tráfico de drogas. A batalha agora envolve política nacional.
Após uma operação fracassada no presídio carioca de Bangu 1, Nascimento é promovido a secretário de segurança pública. Ele agora supervisiona a seção de grampeamentos da secretaria, e é lá que torna-se testemunha de um sistema falho. "Tropa 2" inverte os papéis estabelecidos do primeiro longa: no lugar dos bandidos, a polícia; e no lugar da lei, a corrupção.
José Padilha, diretor dos dois filmes, diz acreditar que o cinema político pode interferir na realidade e, assim sendo, não teme apontar erros nas dirigências do país - que estão totalmente corrompidas - como deixa claro em sua continuação. Confiando na popularidade do Coronel Nascimento e nas sequências de operações policiais de tirar o fôlego (algumas cenas contaram até com o uso de helicópteros), Padilha sentiu-se à vontade para alfinetar. "O Brasil tem um problema muito sério que é de segurança pública. Não é um assunto irrelevante, pelo contrário, é de extrema importância tocar nisso", afirmou.
Nesses aspectos, "Tropa 2" não decepciona. Ação, sangue e violência à vontade, como manda a fórmula bem-sucedida que se estabeleceu em 2007, quando "Tropa de Elite" chegou aos cinemas (antes, claro, nas barraquinhas de camelô). Com menos bordões que o primeiro, e com pitadas de humor-negro que nem sempre funcionam, a sequência dá um pulo e evolui na hora de apontar problemas mais sérios como, por exemplo, a presença e o poder das milícias nas favelas do Rio, sustentado pelo próprio governo da cidade. Fonte: MSN Entretenimento

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