O tempo é impiedoso... Escorre despistando a lógica e enganando a razão.
O fim tá lá no começo, e o meio, no princípio do fim. Às vezes, ele nos provoca
ambiguidades: é o tempo que passa ou somos nós que passamos pelo tempo? Seja o
que for, vai passando como um rio, mudando o caminho, desviando o foco, virando
a página... Mas, as “reviranças” do temposempre fazem com que a teoria quântica
ganhe realidade naquilo que tem de mais absurdo: voltar no tempo! Nem que seja
na imaginação. Desfazer os feitos... Dizer os não-ditos... Maldito
tempo! Tempo que despenca no relógio de areia da vida, assim como as expressões
da face que, com a gravidade, se fixam como impressões em HD. Pinta no rosto, o
gosto de sorrisos, choros, raiva, tensão, perplexidade... Se não deixar nenhuma
expressão impressa, não é vida que há ali, é alguma máquina revestida de homem,
de humano. No entanto, há um fio de vida em cada máquina disfarçada. Máquina que
traz dentro de si, uma alma criptografada... E o tempo? Esse não tem jeito!
Segue com sua ilógica linha, construindo segundos eternos e expirando toda uma
vida em um breve suspiro...
Karla Cristina da Silva
Psicóloga
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