quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Fatos históricos do dia de hoje(10/12)

No dia 10 de dezembro de 1980 O ex-Beatle John Lennon foi assassinado a tiros por um fã em frente ao edifício em que morava.
Também no dia 10 de dezembro de 1994 O maestro e compositor Tom Jobim, um dos criadores da bossa nova, morreu aos 67 anos.

Hoje também é o Dia Nacional da Família

Um preceito tão pouco valorizado, destorcido por várias ondas de tecnologia de um bravo Novo Mundo, precisa ser recuperado.

Hoje é o Dia da Justiça

A Justiça no Brasil começou a ser instalada em 1530, quando Martim Afonso de Souza recebeu amplos poderes de D. João III, Rei de Portugal, para, inclusive, sentenciar à morte autores de delitos então considerados mais graves. No Rio Grande do Sul, a história do Judiciário tem início no dia 03 de fevereiro de 1874. Nesse dia, às 11 horas, foi instalado na Rua Duque de Caxias, 225 - um prédio alugado que hoje não existe mais -, o Tribunal da Relação de Porto Alegre, com jurisdição sobre as Províncias de São Pedro do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ausente na festa, Vasco supera o campeão Corinthians e domina seleção do Brasileiro

A CBF divulgou na noite desta segunda-feira a seleção dos melhores do Campeonato Brasileiro. Vice-campeão, o Vasco teve quatro escolhidos (Fagner, Dedé, Diego Souza e a dupla de técnicos Cristóvão Borges e Ricardo Gomes), contra apenas dois do campeão Corinthians (Ralf e Paulinho). Dedé faturou ainda o prêmio de craque da galera, enquanto Neymar foi eleito o craque do campeonato.
O mais curioso é que a diretoria do clube carioca não foi convidada para a festa. "Eu gostaria de estar nesta festa, mas não vou a um evento que não sou convidado. O clube foi ignorado, não foi informado de nada. Isso é muito estranho. Será que ninguém sabia que nós poderíamos ser campeões? Não dá para entender", desabafou o presidente Roberto Dinamite, no Rio de Janeiro, em entrevista ao UOL Esporte.
Ausentes na festa porque o Santos viajou nesta segunda-feira para o Japão, onde disputará o Mundial de Clubes da Fifa, Neymar e Borges foram premiados. O pai de Neymar o representou e levou o troféu de craque do Brasileiro. O centroavante foi o artilheiro do certame, com 23 gols.
GAFES MARCAM FESTA DO BRASILEIRÃO
A festa do Prêmio Craque Brasileirão foi marcada por gafes que deixaram os três apresentadores do evento, os globais Luciano Huck, Glenda Kozlowski e Tiago Leifert, em situação embaraçosa.
Duas das falhas chamaram mais atenção: o ‘sumiço’ do zagueiro Dedé e o constrangimento do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
O evento foi extremamente global, apresentado por Luciano Huck, Glenda Kozlowski e Tiago Leifert, e repleto de gafes. Na plateia, celebridades, como o técnico da seleção, Mano Menezes, e o ex-atacante Ronaldo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
Wellington Nem, do Figueirense, ganhou como revelação, deixando para trás Bruno Cortês e Leandro Damião. Ocorreram ainda homenagens a Sócrates e ao narrador Luiz Mendes, que morreram nesse ano.
A dupla Cristóvão Borges e Ricardo Gomes ganhou como melhor técnico. Jorginho, do Figueirense, ficou em segundo, com Tite em terceiro. O melhor árbitro foi o gaúcho Leandro Vuaden.
Jefferson, do Botafogo, foi eleito o melhor goleiro, seguido por Fernando Prass, do Vasco, e Julio Cesar, do Corinthians.
O zagueiro pelo lado esquerdo eleito para a seleção dos melhores foi Rever, do Atlético-MG, que economizou na comemoração por causa da goleada sofrida por 6 a 1 para o Cruzeiro, no último domingo. Leandro Castan, do Corinthians, e Emerson, do Coritiba, ficaram em segundo e terceiro, respectivamente.
O zagueiro pelo lado direito foi Dedé, do Vasco, seguido por Antonio Carlos, do Botafogo, e Rhodolfo, do São Paulo.
Os volantes eleitos foram Ralf e Paulinho, do Corinthians. Fagner ganhou como melhor lateral-direito, enquanto Bruno Cortês recebeu o prémio de melhor lado esquerdo.
Os meias eleitos foram Diego Souza e Ronaldinho Gaúcho. A dupla de ataque foi composta por Neymar e Fred.
A seleção do Brasileirão ficou composta da seguinte forma: Jefferson, Fagner, Dedé, Réver e Bruno Cortês; Ralf, Paulinho, Diego Souza e Ronaldinho Gaúcho; Neymar e Fred.
VEJA TODOS OS VENCEDORES DO PRÊMIO CRAQUE DO BRASILEIRÃO
CRAQUE DO BRASILERÃO
Neymar
Santos
GOLEIRO Jefferson
Botafogo
ZAGUEIRO Réver
Atlético-MG
ZAGUEIRO Dedé
Vasco da Gama
VOLANTE (ESQUERDA) Paulinho
Corinthians
VOLANTE (DIREITA) Ralf
Corinthians
LATERAL-DIREITO Fágner
Vasco da Gama
LATERAL-ESQUERDO Cortês
Botafogo
MEIA DIREITA Diego Souza
Vasco
MEIA ESQUERDA Ronaldinho Gaúcho
Flamengo
ATACANTE Neymar
Santos
ATACANTE Fred
Fluminense
MELHOR ÁRBITRO Leandro Vuaden
MELHOR TÉCNICO Ricardo Gomes e
Cristovão Borges
Vasco
REVELAÇÃO Wellington Nem
Figueirense
CRAQUE DA GALERA Dedé
Vasco
Fonte: UOL

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Zygmunt Bauman

Entrevista dada por Bauman à Revista ISTOÉ online em 24 de setembro de 2010.
"Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar"
Sociólogo polonês cria tese para justificar atual paranoia contra a violência e a instabilidade dos relacionamentos amorosos
O sociólogo polonês radicado na Inglaterra Zygmunt Bauman é um dos intelectuais mais respeitados e produtivos da atualidade. Aos 84 anos, escreveu mais de 50 livros. Dois dos mais recentes, “Vida a crédito” e “Capitalismo Parasitário” chegam ao Brasil pela Zahar. As quase duas dezenas de títulos já publicados no País pela editora venderam mais de 200 mil cópias. Um resultado e tanto para um teórico. Pode-se explicar o apelo de sua obra pela relativa simplicidade com que esmiúça aspectos diversos da “modernidade líquida”, seu conceito fundamental. É assim que ele se refere ao momento da História em que vivemos. Os tempos são “líquidos” porque tudo muda tão rapidamente. Nada é feito para durar, para ser “sólido”. Disso resultariam, entre outras questões, a obsessão pelo corpo ideal, o culto às celebridades, o endividamento geral, a paranóia com segurança e até a instabilidade dos relacionamentos amorosos. É um mundo de incertezas. E cada um por si. “Nossos ancestrais eram esperançosos: quando falavam de ‘progresso’, se referiam à perspectiva de cada dia ser melhor do que o anterior. Nós estamos assustados: ‘progresso’, para nós, significa uma constante ameaça de ser chutado para fora de um carro em aceleração”, afirma. Em entrevista à ISTOÉ, por e-mail, o professor emérito das universidades de Leeds, no Reino Unido, e de Varsóvia, na Polônia, falou também sobre temas que começou a estudar recentemente, mas são muito caros aos brasileiros: tráfico de drogas, favelas e violência policial.
ISTOÉ -
O que caracteriza a “modernidade líquida”?
ZYGMUNT BAUMAN -
Líquidos mudam de forma muito rapidamente, sob a menor pressão. Na verdade, são incapazes de manter a mesma forma por muito tempo. No atual estágio “líquido” da modernidade, os líquidos são deliberadamente impedidos de se solidificarem. A temperatura elevada — ou seja, o impulso de transgredir, de substituir, de acelerar a circulação de mercadorias rentáveis — não dá ao fluxo uma oportunidade de abrandar, nem o tempo necessário para condensar e solidificar-se em formas estáveis, com uma maior expectativa de vida.
ISTOÉ -
As pessoas estão conscientes dessa situação?
ZYGMUNT BAUMAN -
Acredito que todos estamos cientes disso, num grau ou outro. Pelo menos às vezes, quando uma catástrofe, natural ou provocada pelo homem, torna impossível ignorar as falhas. Portanto, não é uma questão de “abrir os olhos”. O verdadeiro problema é: quem é capaz de fazer o que deve ser feito para evitar o desastre que já podemos prever? O problema não é a nossa falta de conhecimento, mas a falta de um agente capaz de fazer o que o conhecimento nos diz ser necessário fazer, e urgentemente. Por exemplo: estamos todos conscientes das conseqüências apocalípticas do aquecimento do planeta. E todos estamos conscientes de que os recursos planetários serão incapazes de sustentar a nossa filosofia e prática de “crescimento econômico infinito” e de crescimento infinito do consumo. Sabemos que esses recursos estão rapidamente se aproximando de seu esgotamento. Estamos conscientes — mas e daí? Há poucos (ou nenhum) sinais de que, de própria vontade, estamos caminhando para mudar as formas de vida que estão na origem de todos esses problemas.
ISTOÉ -
A atual crise financeira tem potencial para mudar a forma como vivemos?
ZYGMUNT BAUMAN -
Pode ter ou não. Primeiramente, a crise está longe de terminar. Ainda veremos suas conseqüências de longo prazo (um grande desemprego, entre outras). Em segundo lugar, as reações à crise não foram até agora animadoras. A resposta quase unânime dos governos foi de recapitalizar os bancos, para voltar ao “normal”. Mas foi precisamente esse “normal” o responsável pela atual crise. Essa reação significa armazenar problemas para o futuro. Mas a crise pode nos obrigar a mudar a maneira como vivemos. A recapitalização dos bancos e instituições de crédito resultou em dívidas públicas altíssimas, que precisão ser pagas pelos nossos filhos e netos — e isso pode empobrecer as próximas gerações. As dívidas exorbitantes podem levar a uma considerável redistribuição da riqueza. São os países ricos agora os mais endividados. De qualquer forma, não são as crises que mudam o mundo, e sim nossa reação a elas.
ISTOÉ -
Ao se conectarem ao mundo pela internet, as pessoas estariam se desconectando da sua própria realidade?
ZYGMUNT BAUMAN -
Os contatos online têm uma vantagem sobre os offline: são mais fáceis e menos arriscados — o que muita gente acha atraente. Eles tornam mais fácil se conectar e se desconectar. Casos as coisas fiquem “quentes” demais para o conforto, você pode simplesmente desligar, sem necessidade de explicações complexas, sem inventar desculpas, sem censuras ou culpa. Atrás do seu laptop ou iPhone, com fones no ouvido, você pode se cortar fora dos desconfortos do mundo offline. Mas não há almoços grátis, como diz um provérbio inglês: se você ganha algo, perde alguma coisa. Entre as coisas perdidas estão as habilidades necessárias para estabelecer relações de confiança, as para o que der vier, na saúde ou na tristeza, com outras pessoas. Relações cujos encantos você nunca conhecerá a menos que pratique. O problema é que, quanto mais você busca fugir dos inconvenientes da vida offline, maior será a tendência a se desconectar.
ISTOÉ -
E o que o senhor chama de “amor líquido”?
ZYGMUNT BAUMAN -
Amor líquido é um amor “até segundo aviso”, o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os substitua por outros que prometem ainda mais satisfação. O amor com um espectro de eliminação imediata e, assim, também de ansiedade permanente, pairando acima dele. Na sua forma “líquida”, o amor tenta substituir a qualidade por quantidade — mas isso nunca pode ser feito, como seus praticantes mais cedo ou mais tarde acabam percebendo. É bom lembrar que o amor não é um “objeto encontrado”, mas um produto de um longo e muitas vezes difícil esforço e de boa vontade.
ISTOÉ -
Nesse contexto, ainda faz sentido sonhar com um relacionamento estável e duradouro?
ZYGMUNT BAUMAN -
Ambos os tipos de relacionamento têm suas próprias vantagens e riscos. Em um mundo “líquido”, em rápida mutação, “compromissos para a vida” podem se revelar como sendo promessas que não podem ser cumpridas — deixando de serem algo valioso para virarem dificuldades. O legado do passado, afinal, é a restrição mais grave que a vida pode impor à liberdade de escolha. Mas, por outro lado, como se pode lutar contra as adversidades do destino sozinho, sem a ajuda de amigos fiéis e dedicados, sem um companheiro de vida, pronto para compartilhar os altos e baixo? Nenhuma das duas variedades de relação é infalível. Mas a vida também não o é. Além disso, o valor de um relacionamento é medido não só pelo que ele oferece a você, mas também pelo que oferece aos seus parceiros. O melhor relacionamento imaginável é aquele em que ambos os parceiros praticam essa verdade.
ISTOÉ -
O que explicaria o crescimento do consumo de antidepressivos?
ZYGMUNT BAUMAN -
Você colocou o dedo em um dos muitos sintomas da nossa crescente intolerância ao sofrimento – na verdade, uma intolerância a cada desconforto ou mesmo ligeira inconveniência. Em uma vida regulada por mercados consumidores, as pessoas passaram a acreditar que, para cada problema, há uma solução. E que esta solução pode ser comprada na loja. Que a tarefa do doente não é tanto usar sua habilidade para superar a dificuldade, mas para encontrar a loja certa que venda o produto certo que irá superar a dificuldade em seu lugar. Não foi provado que essa nova atitude diminui nossas dores. Mas foi provado, além de qualquer dúvida razoável, que a nossa induzida intolerância à dor é uma fonte inesgotável de lucros comerciais. Por essa razão, podemos esperar que essa nossa intolerância se agrave ainda mais, em vez de ser atenuada.
ISTOÉ -
E a obsessão pelo corpo perfeito?
ZYGMUNT BAUMAN -
Não é o ideal de perfeição que lubrifica as engrenagens da indústria de cosméticos, mas o desejo de melhorar. E isso significa seguir a moda atual. Todos os aspectos da aparência corporal são, atualmente, objetos da moda, não apenas o cabelo ou a cor dos lábios, mas os tamanhos dos quadris ou dos seios. A “perfeição” significaria um fim a outras “melhorias”. Na cirurgia plástica, são oferecidos aos clientes cartões de “fidelidade”, garantindo um desconto nas sucessivas cirurgias que eles certamente irão realizar. Assim como a indústria de celebridades, a indústria cosmética não tem limites e a demanda por seus serviços pode, a princípio, se expandir infinitamente.
ISTOÉ -
O que está por trás desse culto às celebridades?
ZYGMUNT BAUMAN -
Não é só uma questão de candidatos a celebridades e seu desejo por notoriedade. O que também é uma questão é que o “grande público” precisa de celebridades, de pessoas que estejam no centro das atenções. Pessoas que, na ausência de autoridades confiáveis, líderes, guias, professores, se oferecem como exemplos. Diante do enfraquecimento das comunidades, essas pessoas fornecem “assuntos-chave” em torno dos quais as quase-comunidades, mesmo que apenas por um breve momento, se condensam —para desmoronar logo depois e se recondensar em torno de outras celebridades momentâneas. É por isso que a indústria de celebridades está garantida contra todas as depressões econômicas.
ISTOÉ -
Como fica o futuro nesse contexto de constantes mudanças?
ZYGMUNT BAUMAN -
Nossos ancestrais eram esperançosos: quando falavam de "progresso", se referiam à perspectiva de cada dia ser melhor do que o anterior. Nós estamos assustados: “progresso”, para nós, significa uma constante ameaça de ser chutado para fora de um carro em aceleração. De não descer ou embarcar a tempo. De não estar atualizado com a nova moda. De não abandonar rapidamente o suficiente habilidades e hábitos ultrapassados e de falhar ao desenvolver as novas habilidades e hábitos que os substituem. Além disso, ocupamos um mundo pautado pelo “agora”, que promete satisfações imediatas e ridiculariza todos os atrasos e esforços a longo prazo. Em um mundo composto de “agoras”, de momentos e episódios breves, não há espaço para a preocupação com “futuro”. Como diz um outro provérbio inglês: “Vamos cruzar essa ponte quando chegarmos a ela”. Mas quem pode dizer quando (e se) chegar e em que ponte?
ISTOÉ -
Há cinco anos, a polícia de Londres matou o brasileiro Jean Charles de Menezes, alegando tê-lo confundido com um terrorista. Por que o mundo está tão paranóico com segurança?
ZYGMUNT BAUMAN -
Essa obsessão e a nossa gestão dos assuntos globais, responsável por reforçá-la, constituem a ameaça mais terrível à nossa segurança. O fantástico crescimento das “indústrias de segurança”, juntamente com a crescente suspeita de perigo que ela evoca, são motivos para antever uma piora das coisas. Se não por qualquer outro motivo, então porque, na lógica das armas de fogo, uma vez carregadas, em algum elas deverão ser descarregadas.
ISTOÉ -
No Brasil, a violência é uma questão especialmente preocupante. Como o sr. enxerga isso?
ZYGMUNT BAUMAN -
Para começar, as favelas servem como uma lixeira para um número enorme de pessoas tornadas desnecessárias em partes do País onde suas fontes tradicionais de sustento foram destruídas — para quem o Estado não tinha nada a oferecer nem um plano de futuro. Mesmo que não declararem isso abertamente, as agências estatais devem estar felizes pelo fato de o povo nas favelas tomar os problemas em suas próprias mãos. Por exemplo, ao construir seus barracos rapidamente e de qualquer forma, usando materiais instáveis, encontrados ou roubados, na ausência de habitações planejadas e construídas pelas autoridades estaduais ou municipais para acomodá-los.
ISTOÉ -
Essa ausência do Estado abriu espaço para os traficantes. O combate às quadrilhas às vezes é usado com justificativa para excessos da polícia. Por que tanta violência?
ZYGMUNT BAUMAN -
As relações entre a polícia e as empresas de tráfico de drogas são, na apropriada expressão de Bernardo Sorj (sociólogo brasileiro, professor da Universidade Federal do Rio), “nem de guerra nem de paz”. Esse amor e ódio entre as duas principais agências de terror aumenta o estigma da favela como o local da violência genocida. Ao mesmo tempo, porém, também contribui para a “funcionalidade” das favelas na manutenção do atual sistema de poder no Brasil. A polícia brasileira tem um longo histórico de tratamento brutal aos pobres, anterior à proliferação relativamente recente das favelas. A brutalidade da polícia é mesmo para ser espetacular. Como não é particularmente bem sucedida no combate à criminalidade e à corrupção, a polícia, para convencer a população de seu potencial coercitivo, deve assustá-la e coagi-la a ser passivamente obediente.
ISTOÉ -
O sr. vê uma solução?
ZYGMUNT BAUMAN -
Algo está sendo feito, mesmo que, até agora, não seja suficiente para cortar um nó firmemente amarrado por décadas, senão séculos. Um exemplo é o Viva Rio (ONG que atua contra a violência). Pequenos passos, talvez, sopros não fortes o suficiente para romper a armadura do ressentimento mútuo e indiferença moral de anos entre “morro” e “asfalto” no Rio. Mas a escolha é, afinal, entre erguer paredes de pedra e aço ou o desmantelamento de cercas espirituais.
ISTOÉ -
O que o sr. diria ao jovens?
ZYGMUNT BAUMAN -
Eu desejo que os jovens percebam razoavelmente cedo que há tanto significado na vida quando eles conseguem adicionar isso a ela através de esforço e dedicação. Que a árdua tarefa de compor uma vida não pode ser reduzida a adicionar episódios agradáveis. A vida é maior que a soma de seus momentos.

Fonte: http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/102755_VIVEMOS+TEMPOS+LIQUIDOS+NADA+E+PARA+DURAR

Vasco é ignorado pela CBF, não recebe convite para festa, e Dinamite desabafa: 'Muito estranho'

Após muitas reclamações contra a arbitragem dos jogos decisivos do Campeonato Brasileiro, o Vasco ganhou mais um motivo para esbravejar contra a CBF. Segundo o presidente cruzmaltino, Roberto Dinamite, o clube foi ignorado pela entidade máxima do futebol nacional e nem sequer foi convidado para a festa oficial da competição, que acontece nesta segunda-feira, em São Paulo.
Ainda de acordo com o mandatário vascaíno, o fato causa muita estranheza, visto que o time de São Januário era postulante ao título até o início da última rodada. Profundamente decepcionado, Dinamite disse que gostaria muito de participar da festa, mas "não vai a um evento que não é convidado".
"Sinceramente, por tudo que o Vasco fez neste campeonato, eu gostaria de estar nesta festa, mas não vou a um evento que não sou convidado. Enquanto presidente, não recebi nenhum convite, assim como os meus diretores. O clube foi ignorado, não foi informado de nada. Isso é muito estranho. Será que ninguém sabia que nós poderíamos ser campeões? Não dá para entender", desabafou Dinamite, em entrevista ao UOL Esporte, acrescentando.
"Em nenhum momento fomos procurados. Soube das coisas por vocês (imprensa) e pelos nossos jogadores que foram indicados aos prêmios. Além da arbitragem, que eu já estou cansado de reclamar, e da mudança para São Paulo, que nos desagradou demais, é mais um episódio lamentável. Estou profundamente decepcionado", afirmou o presidente vascaíno, com a voz embargada, sem disfarçar a decepção com a CBF.
Ex-capitão do time e um dos líderes do elenco vascaíno, o goleiro Fernando Prass também não escondeu sua irritação. "Fui comunicado pelo meu presidente e, assim como ele, estou muito decepcionado com tudo isso. Ontem, até às 19h, não sabiam quem seria o campeão e não chamaram o Vasco. Como assim? Tem algo muito errado nisso", esbravejou o camisa 1.
O ruído na comunicação entre Vasco e CBF é mais um capítulo da "guerra" travada por ambos nos bastidores. Na última semana, a diretoria vascaína não escondeu a irritação com a escalação do árbitro Péricles Bassols para a partida da decisiva contra o Flamengo, neste último domingo. O juiz, que já havia prejudicado o time de São Januário no clássico entre os dois times no primeiro turno, voltou a errar, não marcando um pênalti em Diego Souza. Mesmo reconhecendo os méritos do Corinthians, campeão brasileiro, os dirigentes cruzmaltinos acreditam que o clube poderia ter ido mais longe na competição, não fossem as "intervenções" da arbitragem.
Sem a presença de Roberto Dinamite e da cúpula de seu futebol, o Vasco será representado no evento apenas pelos jogadores indicados aos prêmios. Ainda assim, nem todos confirmaram presença. Dedé e Fernando Prass, que já estão em São Paulo e recebera a "Bola de Prata" nesta segunda, não sabem se contarão com as companias de Fagner, Rômulo, Diego Souza e Cristóvão Borges, indicados em suas respectivas funções. Ricardo Gomes, indicado ao lado de seu auxiliar, também não irá à festa.

Fonte: UOL

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Afegã é perdoada, mas terá que se casar com estuprador para ficar com a filha

Gulnaz, 21, ainda luta pelo direito de escolher livremente com quem deseja se casar
A afegã Gulnaz, de 21 anos, conquistou o indulto do governo afegão, mas terá que se casar com o homem que a estuprou e a engravidou. A decisão foi tomada com base na rígida lei islâmica – a sharia – e como meio de legitimar sua maternidade sobre a criança que deu à luz enquanto presa.
A jovem havia sido condenada a 12 anos de prisão, sob acusação de adultério, mas teve sua “pena” reduzida para três. O agressor, por sua vez, também será punido. Como ele era casado à época do crime, a justiça afegã o enquadrou como adúltero, o que resultará em uma pena de sete anos de prisão.
Gulnaz aceitou casar-se por conta de sua filha. Ela ainda corre o risco de sofrer um “assassinato de honra”, que muitas vezes são cometidos pelos próprios familiares ao se considerarem desonrados.
Em entrevista à emissora britânica BBC, a advogada de Gulnaz, Kimberley Motley, disse que o desejo da vítima era “poder escolher livremente entre casar ou não com o homem que a agrediu”.
Emal Faizay, porta-voz do governo afegão, informou que o ministro da justiça do país participou de uma reunião com a jovem. Ela teria dito, na ocasião, que só aceitaria casar-se com o estuprador na hipótese de seu irmão também se casar com a irmã dele.
Cerca de 5000 pessoas assinaram uma petição pela liberdade de Gulnaz. O embaixador da União Europeia no Afeganistão disse se sentir “maravilhado” com a notícia de que ela havia sido solta. Segundo ele, “o caso serviu para destacar o dilema das mulheres afegãs, que, mesmo depois de 10 anos da queda do regime do Talibã, ainda sofrem em condições inimagináveis, privadas até mesmo dos mais básicos direitos humanos”.
Fonte: UOL

Dia Nacional do Samba

O dia do Samba, foi instituído pela Câmara de Vereadores da cidade de Salvador em 1940, como parte das homenagens ao compositor Ary Barroso, que um ano antes lançara Aquarela do Brasil, com certeza a música mais conhecida, executada e regravada fora do Brasil. Dentre os vários projetos musicais patrocinados pelo IPAC (Instituo do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia), que administra entre outros locais, o Pelourinho, existe o Show Comemorativo do Dia do Samba. Este Show acontece todos os anos em praça pública, no Terreiro de Jesus, localizado no Pelourinho.
Fonte: www.samba-choro.com.br/noticias/arquivo/1012