terça-feira, 21 de setembro de 2010

GUIA DO VOTO CONSCIÊNTE

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm o dever de organizar, em regime de colaboração, os seus respectivos sistemas de ensino. Mas como isso acontece no Brasil? Antes de ir às urnas, você deve saber quais são as competências de cada cargo em disputa, assim como qual é a obrigação de cada ente no que diz respeito à Educação. Leia os tópicos abaixo e tire as suas dúvidas sobre a responsabilidade de cada um.
No âmbito da União, há três cargos em disputa:
O presidente
nomeia os ministros que vão cuidar de assuntos estratégicos, como a Educação, cuida da relação do Brasil com outros países, movimentando a economia e divulgando a imagem do país no exterior. Além disso, ele faz as leis aprovadas no Congresso se transformarem em benefícios para a população.
O senador fiscaliza o presidente, o vice e os ministros e ajuda a decidir sobre o Orçamento nacional e a utilização do dinheiro público. Ele elabora leis que trazem benefícios para os eleitores do seu Estado e toma decisões importantes sobre acordos internacionais.
O deputado federal fiscaliza o presidente, o vice e os ministros e ajuda a elaborar o Orçamento. Ele propõe leis de interesse federal que se transformam em benefícios para a população.
*Entre as principais competências da União no que se refere à Educação, estão:
-Coordenar a política nacional de Educação
-Prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios
-Estabelecer competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio
-Coletar, analisar e disseminar informações sobre a Educação
-Assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no Ensino Fundamental, Médio e Superior
*No âmbito estadual, há dois cargos em disputa:
O governador
é chefe do Poder Executivo no Estado, comanda a segurança e nomeia secretários. Ele faz as leis aprovadas na Assembléia se transformarem em benefício para a população e administra os investimentos regionais, garantindo que os municípios cresçam por igual.
O deputado estadual fiscaliza o governador, o vice e os secretários e ajuda a elaborar o Orçamento estadual. Ele propõe leis de interesse estadual que se transformam em benefícios para a população.
*Entre as principais competências do Estado no que se refere à Educação, estão:
-Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino
-Definir com os Municípios formas de colaboração na oferta do Ensino Fundamental
-Assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio a todos
-Assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual
-Elaborar e executar políticas e planos educacionais de acordo com as diretrizes e planos nacionais de Educação, integrando e coordenando as ações com as dos seus municípios
-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino.
Fonte: Equipe Educar Para Crescer.

Estudo vê necessidade de educação sexual em Rede Pública

Alunos de escolas estaduais têm dúvidas sobre sexo e vergonha de perguntar sobre o tema
A educação sexual deveria estar presente na grade curricular dos jovens no ensino fundamental.
A constatação é de uma pesquisa da Faculdade de Enfermagem da USP de Ribeirão. Entrevistas com 44 alunos de sétima e oitava séries de uma escola estadual da cidade comprovaram que os jovens têm muitas dúvidas sobre a sexualidade e se sentem envergonhados para esclarecê-las.
Segundo a autora da tese, Julieta Seixas Moizés, o objetivo do trabalho foi perceber como os professores e os alunos lidam com a sexualidade na escola e o resultado mostrou que o tema ainda não tem a atenção devida nas aulas. “Pelas pesquisas que fiz com os estudantes, eles gostariam muito que tivesse educação sexual na escola, que é, inclusive, um tema transversal, mas que não é muito trabalhado”, afirmou.
Temas transversais são assuntos determinados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, do Ministério da Educação, que devem ser trabalhados nas instituições escolares de todo o País. Segundo Julieta, a sexualidade entra em disciplinas como ciências, mas que deveria aparecer mais. “Seria interessante haver uma disciplina sobre isso. Como não encontrei uma escola assim durante o trabalho, a sugestão que penso é que as matérias que abordam o assunto tivessem mais de uma aula sobre ele”, afirmou. Ainda segundo ela, é importante que os professores tenham contato com o assunto. “A forma como abordar o tema não é muito presente na graduação dos profissionais, por isso é preciso cuidado”, disse.
Fonte: (Gazeta de Ribeirão)

Lei obriga escolas e hospitais do Rio a comunicar violência contra crianças

Uma lei que entrou em vigor nesta terça-feira no Estado do Rio obriga todas as instituições de ensino e unidades de saúde públicos e privados a comunicar ao conselho tutelar e à polícia todo caso de violência contra crianças e adolescentes que for registrado por essas entidades.
A lei foi proposta pelo deputado estadual André Correa (PPS). "Vários casos de violência não chegam aos estabelecimentos de saúde, em especial nos casos de violência sexual e psicológica. É importante que os conselhos tutelares também sejam notificados dos casos", afirma Correa.
As instituições que descumprirem a obrigatoriedade receberão multa que pode variar de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência, conforme prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Fonte: Folha.com

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Plenária pretende fortalecer a campanha do PCdoB no RN

Com o objetivo de centralizar a ação de todo o partido em bases democráticas e comprometendo toda sua energia e personalidade para atuar de modo mais consciente nas eleições de outubro deste ano, o Partido Comunista do Brasil realiza mais uma atividade de campanha no Estado do Rio Grande do Norte. A plenária acontece na próxima sexta-feira, 10 de setembro, às 18 horas, no Cuxá Recepções (por trás do Hotel Residence que fica em frente ao Portugal Center na Av. Salgado Filho).
Militantes, amigos, simpatizantes e apoiadores das candidaturas do PCdoB/RN, debatem sobre a reta final da campanha e um calendário de atividades e ações até o dia 03 de outubro, atualizando a proposta para intervenção política do Partido.A iniciativa é fruto de debates e atos políticos promovidos pelo PCdoB/RN ao longo da campanha eleitoral. O Partido, que vem de uma trajetória ascendente de afirmação política e consolidação orgânica, busca, neste período de campanha, a construção de um Projeto Político mais ousado e de maior afirmação partidária, mas com uma agenda de estruturação.No Rio Grande do Norte, o PCdoB está concentrado politicamente nos grandes objetivos de dar continuidade ao ciclo político aberto em 2002 pelo presidente Lula, com a eleição de Dilma para presidência da República, eleger o senador Sávio Hackradt, deputado estadual e federal, além de buscar a conquista de um mandato avançado ao governo do Estado, com Carlos Eduardo (PDT).Além disso, o secretário estadual de Organização, Carlos Albérico, ressalta a importância de seguir empenhando esforços nos movimentos sociais, em torno da unidade e luta dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e todos os fóruns sociais, como fator de fortalecimento partidário.“O Encontro concorre para o momento de ousadia a que nos propomos e ao protagonismo que estamos chamados a desempenhar neste processo político eleitoral”, destaca o Presidente do Comitê Estadual Antenor Roberto.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pnad: Um em cada cinco brasileiros é analfabeto funcional

Um em cada cinco brasileiros (20,3%) é analfabeto funcional, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2009, divulgada nesta quarta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É considerada analfabeta funcional a pessoa com 15 ou mais anos de idade e com menos de quatro anos de estudo completo. Em geral, ele lê e escreve frases simples, mas não consegue, por exemplo, interpretar textos.
Segundo a pesquisa, o problema é maior na região Nordeste, na qual a taxa de analfabetismo funcional chega a 30,8%. Na região Sudeste, onde esse índice é menor, a taxa ainda supera os 15%.
No entanto, o número vem caindo desde 2004, quando, segundo o IBGE, o país tinha 24,4% de analfabetos funcionais. Em 2008, o total era de 21%. Em comparação com 2009, a taxa caiu 0,7 pontos percentuais.
Analfabetismo totalA taxa de analfabetismo no Brasil entre pessoas com 15 anos ou mais caiu 0,3 pontos percentuais entre 2008 e o ano passado, de acordo com a Pnad. O índice saiu de 10% há dois anos para 9,7% em 2009. Segundo o órgão, o isso representa 14,1 milhões de analfabetos –em 2008, eram 14,2 milhões.
De acordo com o IBGE, a maioria dos analfabetos (92,6%) está concentrada no grupo com mais de 25 anos de idade. No Nordeste, a taxa de analfabetismo entre a população com 50 anos ou mais chega a 40,1%, enquanto que no Sul, esse número é de 12,2%. Os nordestinos têm as maiores taxas em todas as faixas de idade.
FONTE: UOL

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pelo fim do embromation na educação do RN

O Rio Grande do Norte precisa acabar com o Embromation na Educação. Só com Educação diminuiremos as desigualdades sociais e regionais que travam o desenvolvimento econômico, sustentável e justo que tanto buscamos.
Os números do Enem e do Ideb mostram o resultado do Embromation no RN: as escolas estaduais são alternativas precárias para formar nossas crianças e jovens.
Mas isso pode mudar. Quando prefeito de Natal, Carlos Eduardo aprovou uma lei que aumentou de 25% para 30% os investimentos na Educação e criou o Plano de Cargos e Salários. Implantou a formação continuada dos professores do município. Carlos Eduardo construiu 27 escolas e reformou 43, ampliou de 6 para 27 o número de Centros Municipais de Ensino Infantil e consolidou a gestão democrática nas escolas. Como prefeito, Carlos Eduardo extinguiu uma das maiores aberrações da Educação no RN: o turno intermediário. A medida resultou em ganho significativo para alunos e professores do município.
A Educação é o único instrumento de transformação social e econômica, individual e coletiva, e por isso é prioridade no Programa de Governo de Carlos Eduardo. Nós queremos construir uma rede de ensino profissionalizante em todo o estado, respeitando as vocações de cada região. Essa rede será uma importante aliada para o desenvolvimento econômico e a construção de um Rio Grande do Norte mais justo e igual entre as regiões.
Carlos Eduardo pretende também ampliar o número de matrículas, cursos de graduação e pós-graduação, investir mais em pesquisa e extensão e ao mesmo tempo trabalhar para democratizar o acesso dos estudantes de escolas públicas ao ensino superior.
Este site reúne as propostas para a Educação, elaboradas em parceria com vários segmentos da sociedade nos seminários que promovemos ao longo do primeiro semestre deste ano. Navegue, comente, divulgue. Vamos fazer uma corrente pelo Fim do Embromation na Educação.

UNIVERSITÁRIO É QUEM MAIS USA DROGA E ÁLCOOL, DIZ ESTUDO

Uma pesquisa da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas) com 18 mil universitários do país comprovou que eles usam mais drogas lícitas e ilícitas, como o álcool e a maconha, que a população em geral. Mais de 60% dos entrevistados tinham consumido álcool nos últimos 30 dias (entre a população em geral o índice é de 38,3%) e 25,9% usaram drogas ilícitas (na população o índice é de 4,5%).
Os pesquisadores esperavam que existisse uma diferença entre os dois públicos, mas se surpreenderam com o tamanho do degrau. O levantamento, obtido com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, foi feito em parceria com o Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e é o primeiro de abrangência nacional.
Foram entrevistados alunos de cem instituições particulares e públicas de ensino superior nas 26 capitais do País, mais o Distrito Federal. A intenção agora é usar os resultados da pesquisa para a criar políticas específicas contra o uso de drogas. "O governo vem realizando uma série de ações voltadas a populações mais vulneráveis, como é o caso dos universitários", afirmou a titular da Senad, Paulina Duarte.
Segundo o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, da USP, um dos responsáveis pelo estudo, além da quantidade, os universitários consomem álcool e outras drogas de forma perigosa. "Os jovens estão fazendo uso de múltiplas drogas simultaneamente. Além disso, um em cada quatro bebe de forma exagerada e 3% apresentam padrão de dependência, algo que costumávamos encontrar só em alguém com 40, 50 anos", diz o médico.
Dos entrevistados, 18% disseram que já dirigiram embriagados, 27% pegaram carona com pessoas embriagadas e 43,4% admitiram ter usado álcool simultaneamente com outras drogas. Das drogas ilícitas, as mais consumidas foram maconha, haxixe ou skunk (26,1% dos universitários já consumiram alguma delas), anfetamínicos (13,8%), tranquilizantes e ansiolíticos sem prescrição médica (12,4%), além de cocaína (7,7%).
Fonte: As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PELA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Uma convocação aos futuros governantes e parlamentares do Brasil
Para consagrar o Estado Democrático de Direito, implantado pela Constituição Federal de 1988, as entidades e os movimentos proponentes desta Carta-Compromisso entendem que a questão educacional ocupa lugar central dentre todas as urgências que se impõem à nação brasileira. O enfrentamento do desafio constitucional de garantir o direito à Educação de qualidade para todos e todas e cada um dos brasileiros e brasileiras passa necessariamente pela implementação de medidas urgentes que possam não só consolidar os avanços alcançados, mas levar à construção de um Projeto Nacional de Educação capaz de tornar mais justa, sustentável e próspera a sociedade brasileira. Para tanto, no curso dos seus mandatos, os futuros governantes e parlamentares devem empreender os esforços necessários para a superação dos seguintes desafios prioritários:
- inclusão, até o ano de 2016, de todas e cada uma das crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na escola, em conformidade com a Emenda Constitucional n° 59/ 2009.
- universalização do atendimento da demanda por creche, manifestada pelas famílias, nos próximos dez anos.
- superação do analfabetismo, especialmente entre os brasileiros e as brasileiras com mais de 15 anos de idade.
- promoção da aprendizagem ao longo da vida, como direito assegurado pela Constituição Federal, para toda criança, adolescente, jovem e adulto.
- garantia de que, até o ano de 2014, todas e cada uma das crianças brasileiras até os 8 anos de idade estejam plenamente alfabetizadas.
- estabelecimento de padrões mínimos de qualidade, conforme estabelecem a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (1996), para todas as escolas brasileiras,
reduzindo os atuais níveis de desigualdade na oferta de insumos educacionais.
- ampliação das matrículas no ensino profissionalizante e superior capaz de garantir a oferta de oportunidades educacionais aos jovens e atender às necessidades de desenvolvimento socioeconômico e soberania técnico-científica do Brasil.
A superação desses desafios prioritários depende de compromissos políticos efetivos e da consequente execução de políticas públicas educacionais, que devem ser empreendidas de forma colaborativa entre todos os níveis da federação. Deste modo, o primeiro e mais decisivo passo é institucionalizar o Sistema Nacional de Educação, tal como determinado pelo Art. 214 da Constituição Federal e deliberado pela Conferência Nacional de Educação (Conae-2010). O Sistema Nacional de Educação deve ser estruturado em três pilares: (1) a elaboração do Plano Nacional de Educação – PNE que deverá provocar a construção articulada de planos estaduais e municipais de educação; (2) o estabelecimento de Regime de Colaboração legalmente constituído entre os entes federados; e (3) a implementação de Lei de Responsabilidade Educacional, tal como aprovou a Conae (2010).
O primeiro pilar determina as metas a serem alcançadas nos próximos dez anos (2011-2020) para a Educação brasileira, em consonância com as deliberações da Conae (2010). O segundo estabelece o compromisso legal de cada um dos níveis da federação para alcançar essas metas e demais compromissos educacionais. O terceiro pilar institui as consequências legais inerentes ao não cumprimento das respectivas responsabilidades pelos entes federados.
Se a superação dos desafios prioritários passa pela institucionalização do Sistema Nacional de Educação, o estabelecimento deste sistema exige que os futuros governantes e parlamentares assumam quatro compromissos fundamentais, os quais devem ser devidamente transformados em leis e políticas públicas. São eles:
1) Ampliação adequada do financiamento da Educação pública: é imprescindível elevar, até o ano de 2014, progressivamente, o percentual do PIB investido em Educação pública. Este novo recurso deve ser destinado à ampliação de matrículas e à garantia da oferta dos insumos básicos necessários para o alcance dos padrões mínimos de qualidade determinados pela Constituição Federal e pela LDB. Portanto, o financiamento da educação pública deve ser estruturado e organizado em torno de uma efetiva política de Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi). A União, ente federado que mais arrecada, deve assumir o compromisso de transferir os recursos necessários para o cumprimento do CAQi, em apoio aos esforços das esferas de governo que possuem arrecadação insuficiente. Assim, em consonância com as deliberações da Conae (2010), é imprescindível mobilizar esforços, de maneira efetiva, com o objetivo de ampliar gradualmente os recursos para a Educação pública a 10% do PIB. Deste total, 8% do PIB devem ser investidos em Educação básica pública e 2% do PIB devem ser destinados à ampliação e à qualificação do ensino superior público.
2) Implementação de ações concretas para a valorização dos profissionais da Educação: os futuros governantes e parlamentares, nos âmbitos federal, estadual e distrital, em parceria com seus equivalentes municipais, devem implementar de forma integral e imediata, a Lei N° 11.738/ 2008, que determina o Piso Salarial Profissional Nacional para os Profissionais do Magistério Público da Educação Básica. Complementarmente, até o ano de 2014, os mesmos devem produzir leis e políticas públicas capazes de estabelecer Planos de Carreira e Remuneração que tornem a educação uma área valorizada e atrativa profissionalmente.
3) Promoção da gestão democrática: como princípio legal previsto na LDB, a gestão democrática nas escolas brasileiras é condição fundamental para melhorar a qualidade da Educação. Até o ano de 2014, quatro medidas são imprescindíveis: (a) assegurar os meios necessários para que todos os gestores da Educação (nos níveis estadual, distrital e municipal) sejam administradores plenos dos recursos da área, tal como determina a LDB; (b) aprimorar os mecanismos de transparência na construção e execução dos orçamentos da Educação pública; (c) criar programas de fortalecimento da gestão democrática, por meio da necessária estruturação dos conselhos escolares, municipais, estaduais, distrital e nacional de Educação, garantindo a participação de toda a comunidade na gestão educacional, especialmente dos estudantes; (d) institucionalizar o Fórum Nacional de Educação, que deve ser composto por representantes da sociedade civil e das esferas governamentais de todos os níveis da federação. O Fórum terá a responsabilidade de convocar e organizar as próximas edições da Conae, bem como auxiliar a realização de suas etapas preparatórias (municipais, estaduais e distrital), além de monitorar a implementação das políticas públicas deliberadas na etapa nacional da conferência.
4) Aperfeiçoamento das políticas de avaliação e regulação: é preciso avançar nas práticas nacionais de avaliação, aprimorando a regulação e fortalecendo o controle social na Educação pública e privada. Na Educação Básica: aperfeiçoar os sistemas de avaliação existentes por meio de três esforços complementares. (1) Examinar de forma mais ampla os resultados obtidos nas avaliações, aprofundando a análise de dados sobre os diferentes níveis de aprendizagem entre os estudantes de uma mesma escola ou rede pública. (2) Relacionar os resultados das avaliações, com outras informações pertinentes às políticas educacionais, tais como: insumos existentes nas unidades escolares, formação e remuneração dos profissionais da educação, mecanismos de participação na gestão escolar da referida escola, nível de escolaridade dos pais de alunos, além de dados socioeconômicos do entorno. (3) Produzir relatórios que devem ser debatidos por toda comunidade escolar nas escolas e nas esferas de tomada de decisão das redes de ensino. No Ensino Superior: fortalecer e aprimorar o sistema de avaliação das instituições de ensino, para elevar os padrões de qualidade. Deste modo, é imprescindível aperfeiçoar a regulação das Instituições de Ensino Superior públicas e privadas.
As instituições e os movimentos proponentes desta Carta-Compromisso avaliam que há condições favoráveis para a construção e implementação de um novo Projeto Nacional de Educação. Nos últimos anos, a sociedade brasileira compreendeu que a Educação com Qualidade é um dever do Estado e um direito a ser exigido pelos cidadãos e cidadãs e é uma condição fundamental para o desenvolvimento social e econômico do país. Além disso, mesmo sendo insuficientes (mas fruto de intensa luta social), o Brasil hoje dispõe de sistemas mais avançados de financiamento, monitoramento, avaliação e controle social das ações educacionais, o que permite melhor acompanhamento do que vier a ser planejado e executado. Por sua vez, a Conae (2010), a qual contou com uma ampla participação social, propõe novas diretrizes para os próximos dez anos da Educação brasileira, que deverão estar expressas no novo Plano Nacional de Educação. Por fim, a construção do PNE 2011-2020 é uma grande oportunidade de avanço no marco legal educacional, podendo transformar em metas e estratégias todos os desafios e compromissos propostos nesta Carta-Compromisso.
Por todos esses aspectos, um novo Projeto de Educação para o Brasil tem de ir além do tempo de um governo, incorporando toda esta energia crítica e criativa e aproveitando as oportunidades políticas para avançar na perspectiva dos direitos sociais. Os proponentes reconhecem que tanto a institucionalização do Sistema Nacional de Educação, como os desafios prioritários apontados e os quatro compromissos fundamentais para a superação dos mesmos devem contribuir de maneira decisiva para a efetivação de um país mais justo e menos desigual, assegurando às atuais e às futuras gerações uma Educação de qualidade para todos e todas.
Brasília, 31 de agosto de 2010

INSTITUIÇÕES E MOVIMENTOS PROPONENTES

Academia Brasileira de Ciências – ABC
Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais – Abruem
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes
Associação Nacional de Política e Administração da Educação – Anpae
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – Anped
Associação Nacional de Pós-Graduandos – ANPG
Campanha Nacional pelo Direito à Educação – Campanha
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária – Cenpec
Centro de Estudos Educação e Sociedade – Cedes
Confederação Nacional dos Trabalhadores de Estabelecimento de Ensino – Contee
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
Conselho Nacional de Educação – CNE
Conselho Nacional dos Secretários de Educação – Consed
Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação
Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco
Sociedade Brasileira de Educação Matemática – SBEM
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC
Todos Pela Educação – Todos
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – Ubes
União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação – Uncme
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – Undime
União Nacional dos Estudantes – UNE

Proposta de orçamento prevê mínimo de R$ 538,15 em 2011

O Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, apresentou ao presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP) uma proposta de orçamento federal para 2011 que estabelece um salário mínimo de R$ 538,15.
Pela proposta, o novo piso salarial passaria a vigorar em janeiro do ano que vem, com os trabalhadores recebendo seu primeiro salário reajustado em fevereiro.
O ministro disse que o reajuste do mínimo - hoje em R$ 510 - seria feito com base na inflação e no crescimento do PIB em 2009, mas como nesse ano o PIB não cresceu (ficou em -0,2%, de acordo com o IBGE), o reajuste será puramente por meio da correção inflacionária.
O mesmo projeto estabelece uma meta de superávit primário (dinheiro poupado para pagar juros da dívida) em termos nominais, e não em percentual do PIB, de R$ 125,5 bilhões.
O projeto de orçamento ainda terá que ser aprovado pelo Congresso. Bernardo disse que espera que isso ocorra ainda este ano.
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