domingo, 29 de agosto de 2010

hoje na história, Você sabe o que aconteceu no dia...?

1825
Assinado no Rio de Janeiro o Tratado de Paz, Amizade e Aliança entre D. João VI, de Portugal, e D. Pedro I.
1965
Os astronautas Gordon Cooper e Charles Conrad regressam à Terra, depois de passarem quase oito dias no espaço, a bordo da cápsula Gemini 5.
1966
O satélite soviético Luna 11 entra em órbita lunar. Pela primeira vez, giram simultaneamente em redor da Lua um satélite soviético e outro americano, o Orbiter.
1982
Morre em Londres, no dia em que completou 67 anos, a atriz Ingrid Bergman.
1996
Instituído o novo Código Nacional de Trânsito.
2002
O Sistema Único de Saúde (SUS) trata fumante gratuitamente

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Jovem que leiloava sua primeira vez decide continuar virgem

Ela é loira, tem olhos claros, mede 1,80m de altura e pesa 75 quilos muito bem distribuídos. Com 19 anos, a bela húngara, que se identifica apenas como Miss Spring (Miss Primavera) em suas entrevistas, alimenta os sonhos - e os lances - de seus conterrâneos desde que decidiu leiloar um 'produto' nada convencional: sua virgindade.
No entanto, quem quiser ser o primeiro vai precisar recorrer aos "meios tradicionais" e conquistar o coração da jovem para tentar a sorte de uma noite com ela. Isto porque, nessa quarta-feira, data em que se encerrariam os lances, ela desistiu do leilão.
"Eu simplesmente percebi que não sou capaz de fazer isto", declarou a jovem ao canal húngaro Tabu TV. Durante a entrevista à emissora, responsável pelo leilão, a jovem chorou e disse que sua mãe influenciou em sua decisão.
De acordo com a moça, o dinheiro arrecadado seria utilizado para quitar dívidas de sua família e evitar que seus pais fossem despejados da casa onde moram. Até o dia 25 de agosto, data em que deveriam ocorrer os maiores lances, o valor mais alto já tinha ultrapassado os R$ 200 mil.
Primeiro leilão
Esta não é a primeira vez que a Miss Primavera leiloou sua virgindade e não cumpriu o prometido. Quando tinha 18 anos, ela fez sua primeira venda através do site Ebay. No entanto, o comprador, que iria desembolsar cerca de R$ 558 mil, não conseguiu a noite com a moça. Por violar a política interna do site de vendas, o anúncio foi cancelado.
Da redação do UAI.COM.BR

Ratos de praia desde D. João VI

Ir à praia é parte fundamental da cultura brasileira: o hábito motiva turismo, estilos musicais, modas de verão. Mas nem sempre foi assim. Em resposta a nosso leitor, uma historiadora conta quando a praia começou a ser um lugar de lazer e de banho no Brasil.
No século 18, médicos britânicos revelaram propriedades terapêuticas da água salgada. No século seguinte, portadores de diversas enfermidades, seguindo recomendações de doutores britânicos e franceses, recorriam aos banhos de mar.
A vinda da família real acabou trazendo esse costume para as praias brasileiras. Em 1810, D. João VI tomava banhos regulares na praia do Caju, no Rio de Janeiro, para curar um ferimento. O exemplo do rei animou novos adeptos, gerando o surgimento de casas de banho na cidade.
Em 1810, D. João VI tomava banhos regulares na praia do Caju, no Rio de Janeiro, para curar um ferimento
No século 19, a presença de imigrantes europeus contribuiu decisivamente para a disseminação, ainda bastante restrita, dos banhos de mar nas cidades brasileiras. No entanto, as praias centrais eram frequentemente sujas, além de não oferecerem proteção contra a curiosidade alheia. Nas praias do Centro do Rio de Janeiro, por exemplo, escravos despejavam barris de excrementos provenientes das residências onde serviam.
No final do século 19, o médico Francisco de Figueiredo Magalhães (1838-1895) abriu a primeira casa de banhos de Copacabana. No início do século 20, a construção da Avenida Beira Mar e do Túnel Novo, em meio às reformas urbanas do prefeito Francisco Pereira Passos (1836-1913), facilitou o acesso às praias da Zona Sul, estimulando o costume dos banhos de mar e a ocupação daquele bairro.
Em fins dos anos 1910, o sucesso crescente dos banhos de mar provocou o surgimento de postos de salvamento em Copacabana, embora até o início dos anos 1920 a praia do Flamengo fosse a mais frequentada da cidade.
Fonte: Andrea Marzano

Departamento de História,Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio)

Os segredos evolutivos do orgasmo feminino

O orgasmo é visto atualmente como sinônimo de uma relação sexual saudável, e tornou-se quase um fim em si mesmo. Do ponto de vista biológico, porém, o sexo é apenas um meio de assegurar a reprodução. O clímax feminino teria um papel biológico?
O papel biológico do orgasmo masculino é claro para a maioria das pessoas. Como invariavelmente ele está ligado à ejaculação, não há qualquer dúvida a respeito de sua função reprodutiva. O orgasmo masculino seria assim uma espécie de ‘festa de comemoração’, favorecida pela seleção natural, ao longo da evolução, para incentivar e premiar a esperada transferência do esperma para o aparelho reprodutivo da fêmea.
O período fértil parece ser um segredo tão bem guardado que nem elas sabemO papel biológico do orgasmo feminino, no entanto, é considerado um grande mistério. Para começar, não existe sincronia entre o momento do orgasmo feminino e a liberação dos óvulos pelos ovários.
Aliás, o período exato do ciclo menstrual em que as mulheres estão férteis parece ser um segredo tão bem guardado que, aparentemente, nem mesmo elas sabem. Muito menos seus parceiros!
Essa ‘ovulação oculta’ contrasta bastante com o ocorre com as fêmeas de muitos outros mamíferos, que anunciam aos quatro ventos seu estado fértil por meio de cores brilhantes, cheiros especiais e solicitações ostensivas.
Uma definição formal
O orgasmo feminino é uma sensação variada e aguda de prazer intenso, que cria um estado alterado de consciência. Começa, em geral, junto com contrações involuntárias e rítmicas da musculatura estriada pélvica cincunvaginal, acompanhadas, com frequência, de contração do útero e do ânus, e um relaxamento lento que desfaz (algumas vezes parcialmente) a vasoconstrição induzida pelo ato sexual, induzindo bem-estar e contentamento.Em chimpanzés, por exemplo, as partes íntimas das fêmeas tornam-se irresistivelmente rosadas e elas exibem um comportamento altamente receptivo.
Entretanto, a norte-americana Elisabeth Anne Lloyd, filósofa da biologia, da Universidade de Indiana (Estados Unidos), acredita que não há mistério algum a ser desvendado. Em sua opinião, o orgasmo feminino não teria função biológica. Seria simplesmente um subproduto da evolução do orgasmo masculino, este com uma clara função biológica.
Esse tipo de explicação não adaptacionista é a mesma usada para explicar por que os homens têm mamilos, já que estes não têm função alguma no corpo masculino.
Uma hipótese atual propõe que os mamilos masculinos seriam subprodutos da evolução dos mamilos femininos, estes com clara função biológica, associados ao cuidado dos bebês.
Assim, tanto os mamilos nos homens quanto o orgasmo nas mulheres seriam uma espécie de ‘troça’ pregada pelos complicados mecanismos de herança genética dos caracteres.
Muitos pesquisadores acreditam, porém, que o orgasmo feminino, em toda a sua complexidade fisiológica, morfológica e comportamental, só pode ser compreendido por meio da teoria da seleção sexual proposta pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882).
Em seu famoso livro A origem do homem e a seleção sexual, de 1872, ele propôs que as disputas sexuais entre indivíduos da mesma espécie influenciam profundamente sua evolução. Segundo Darwin, essas disputas podem ser divididas em dois tipos principais: competição entre machos e escolha por parte das fêmeas.
Afinal, quem é o maior, mais forte, mais veloz, mais bonito e mais saudável entre os jovens da região?A competição entre machos é a velha disputa que permite estabelecer uma hierarquia de dominância entre eles. Afinal, quem é o maior, mais forte, mais veloz, mais bonito e mais saudável entre os jovens da região? No mundo animal, muitas vezes essa hierarquia é decidida com a ajuda de dentes, garras e chifres, em lutas de final nem sempre feliz.
Na espécie humana, essa competição se manifesta de modo diferente em cada cultura. Em alguns casos, ela pode ser mais ‘animal’, enquanto em outros casos pode ser ritualizada e regrada, como acontece em campos de futebol, bares, pátios de escolas, ambientes de trabalho e, mesmo, no trânsito.
Na história humana, poder e sexo sempre estiveram associados. Antes da difusão de alguns conceitos democráticos e religiosos do Ocidente, os homens que ocupavam posições mais altas na hierarquia de suas sociedades conquistavam as maiores performances reprodutivas, ou seja, tinham mais filhos.
Sociedades em que apenas um homem atingiu um grau ilimitado de poder são particularmente ilustrativas. Todos os déspotas de grandes civilizações antigas (babilônica, egípcia, hindu, chinesa, asteca e inca) organizaram grandes haréns, contendo de centenas a milhares de esposas, concubinas ou escravas, às quais eles tinham acesso sexual exclusivo.
Como cada fêmea tem apenas algumas oportunidades reprodutivas, não é vantajoso desperdiçar essas poucas chances com qualquer umOs únicos homens permitidos nesses haréns eram os eunucos, castrados ainda em idade precoce. Essa poligamia extrema, incomum na espécie humana, invariavelmente levou a extraordinárias hordas de descendentes.
A escolha pela fêmea é um mecanismo mais sutil. Como cada fêmea, ao longo da vida, tem apenas algumas oportunidades reprodutivas, não é vantajoso desperdiçar essas poucas chances com qualquer um. Assim, as fêmeas desenvolveram grande capacidade de observação.
Cada potencial parceiro é submetido a um cuidadoso exame, no qual suas potencialidades e defeitos são registrados e considerados. Aqueles que se saírem melhor nos testes terão grande chance de ser escolhidos como parceiros sexuais.
Quanto aos ‘reprovados’... Bem, quem sabe em uma próxima vez. Essa seleção criteriosa é justificada, já que, em função dos mecanismos de herança genética, as boas características do parceiro escolhido têm grande chance de aparecer em seus filhos. As más, também.
Para que serve o orgasmo feminino?
Diversas hipóteses adaptacionistas foram propostas para explicar o orgasmo feminino. O zoólogo inglês Desmond Morris, no clássico livro O macaco nu, de 1967, defende que a evolução da postura ereta em humanos teria dificultado a fertilização, já que nas fêmeas humanas atuais o orifício externo do colo uterino, por onde o esperma tem que penetrar, situa-se em posição superior da vagina.
O relaxamento muscular induziria a mulher a permanecer deitada após o ato sexual, aumentando as chances de fertilizaçãoSegundo essa hipótese, o relaxamento muscular decorrente do orgasmo induziria a mulher a permanecer deitada após o ato sexual, aumentando suas chances de fertilização. Contudo, a ocorrência de orgasmo em diversos animais quadrúpedes sugere que essa hipótese não é correta.
Outra hipótese adaptacionista baseia-se no fato de que, como o bebê humano nasce mais indefeso do que os filhotes da maioria dos animais, sua sobrevivência só é assegurada pelos cuidados da mãe e do pai. Segundo essa proposta, os orgasmos – tanto o masculino quanto o feminino – seriam um incentivo prazeroso para selar a aliança do casal e favorecer a sobrevivência dos filhos.
O problema com essa hipótese é que o orgasmo, da mesma forma que pode ajudar a criar um vínculo de longo prazo em um casal, pode também ser o estímulo para que um dos parceiros resolva ‘pular a cerca’ e ter relações sexuais extraconjugais.
Por: Carlos Roberto Fonseca

Kepler descobre dois planetas em trânsito ao redor de uma mesma estrela

A sonda Kepler, da Nasa, descobriu o primeiro sistema planetário confirmado com mais de um dos planetas em trânsito - isto é, passando pela linha de visão entre a Terra e sua estrela.
As assinaturas de trânsito de dois planetas distintos aparecem nos dados de uma estrela semelhante ao Sol e apelidada Kepler-9. Os planetas foram chamados Kepler-9b e Kepler-9c. A descoberta, segundo nota divulgada pela Nasa, incorpora sete meses de observações de mais de 156.000 estrelas, como parte de uma busca por planetas de tamanho próximo ao da Terra.
A descoberta dos dois planetas em trânsito aparece na edição desta semana da revista Science.
A câmera do Kepler mediu pequenos decréscimos no brilho da estrela, causados pela passagem dos planetas durante o trânsito. O tamanho dos mundos pode ser estimado a partir dessa redução de brilho. A distância entre planeta e estrela pode ser calculada pelo intervalo entre sucessivas reduções. Cientistas usaram o Observatório Keck, no Havaí, para refinar as estimativas de massa dos planetas.
As observações mostram que Kepler-9b é o maior dos dois, embora ambos tenham massa comparável à de Saturno. Kepler-9b também é o mais próximo da estrela, completando uma órbita a cada 19 dias, enquanto Kepler-9c faz uma volta completa a cada 38 dias.
Além dos dois planetas confirmados, os cientistas da missão Kepler também, identificaram o que parece ser um terceiro mundo, com uma assinatura de trânsito muito reduzida, consistente com um planeta com 1,5 raio terrestre numa órbita extremamente próxima à estrela, de menos de dois dias.
De acordo com a Nasa , mais estudos serão necessários antes que esse possível terceiro planeta possa ser confirmado.
Fonte: MSN

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Com 20 pontos de vantagem, Dilma supera Serra até em SP e RS

A candidata a presidente Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, manteve sua tendência de alta e foi a 49% das intenções de voto. Dilma abriu 20 pontos de vantagem sobre seu principal adversário, José Serra, do PSDB, que está com 29%, segundo pesquisa Datafolha.
Os contratantes do levantamento, realizada nos dias 23 e 24 com 10.948 entrevistas em todo o país, são a Folha de S.Paulo e a Rede Globo. A margem de erro máxima da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Se a eleição fosse hoje, Dilma teria 55% dos votos válidos (os que são dados apenas aos candidatos) e venceria no primeiro turno.
Todas as oscilações nacionais de voto se deram dentro do limite da margem de erro. Dilma tinha 47% na sondagem do dia 20, enquanto Serra estava com 30%. Marina Silva (PV) manteve-se em 9%. Há 4% que dizem votar em branco, nulo ou em nenhum. E 8% estão indecisos. Os demais candidatos não pontuaram.
O novo levantamento também indica que Dilma lidera agora em segmentos antes redutos de Serra. A petista passou o tucano em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná e entre os eleitores com maior faixa de renda.
Em São Paulo — estado governado por Serra até abril e por tucanos há 16 anos —, Dilma saiu de 34% na semana passada e está com 41% agora. O ex-governador caiu de 41% para 36%. Na capital paulista, governada por Gilberto Kassab (DEM), aliado de Serra, ela tem 41% e ele, 35%. Já no Rio Grande do Sul, a candidata saiu de 35% e foi a 43%. Já Serra caiu de 43% para 39% entre os gaúchos. Serra se mantém ainda à frente em alguns poucos estratos do eleitorado. Por exemplo, entre os eleitores de Curitiba, capital do Paraná, onde registra 40% contra 31% de sua adversária direta.
Bolsões
O avanço da candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando ocorre também em “bolsões serristas”. No levantamento de 9 a 12 deste mês, Serra liderava entre os curitibanos com 43% contra 24% de Dilma, uma vantagem de 19 pontos. Agora, a diferença caiu para nove pontos.
Quando se observam regiões do país, a candidata do PT lidera em todas, inclusive no Sul. Na semana passada, ela estava tecnicamente empatada com Serra, mas numericamente atrás: tinha 38% contra 40% do tucano. Agora, a situação se inverteu, com Dilma indo a 43% e o tucano deslizando para 36% entre eleitores sulistas.
2º turno
Como reflexo de seu desempenho geral, Dilma também ampliou a vantagem num eventual segundo turno. Saiu de 53% na semana passada e está com 55%. Serra oscilou de 39% para 36%. Ampliou-se a distância — que era de 14 — para 19 pontos.
Outro dado relevante e que indica um mau sinal para o tucano é a taxa de rejeição. Dilma é rejeitada por 19% dos eleitores, taxa que se mantém estável desde maio. Já Serra está agora com 29% (eram 27% semana passada) e chega a seu maior percentual neste ano.
Na pesquisa espontânea, quando os eleitores não escolhem os nomes de uma lista de candidatos, Dilma foi a 35% contra 18% de Serra. No levantamento anterior, os percentuais eram 31% e 17%, respectivamente. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 25.473/2010.

Fonte: Folha de S.Paulo

domingo, 22 de agosto de 2010

Canindé de França lança site oficial de campanha

O advogado Canindé de França (PCdoB), candidato a deputado federal, lançou sua página oficial de campanha no endereço: http://www.canindedefranca6510.com.br/.
O site traz informações sobre a biografia de Canindé, que foi vereador em Caicó e secretário de estado, além de notícias, propostas, agenda, fotos e outros links.

SEEC determina o fechamento dos portões das Escolas Estaduais durante os turnos de funcionamento

PORTARIA N.º 1184/2010-SEEC/GS.
Determina o fechamento dos portões das Escolas Estaduais durante os turnos de funcionamento.
O SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso de suas atribuições legais e,
Considerando a orientação da 78ª Promotoria de Justiça da Comarca de Natal para resguardar a segurança da comunidade escolar,
RESOLVE
Art. 1º - Determinar que os portões das Escolas Estaduais circunscritas às 16 Diretorias Regionais de Educação, Cultura e Desportos - DIRED mantenham os portões fechados durante o funcionamento das aulas, inclusive no intervalo.
Art. 2º - Os portões deverão ser fechados após 15 (quinze) minutos do toque do início da primeira aula e abertos no encerramento do turno.
Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.
Gabinete do Secretário de Estado da Educação e da Cultura, em Natal/RN, 18 de agosto de 2010.
Otávio Augusto de Araújo Tavares

Quem se defende

Quem se defende porque lhe tiram o ar, ao lhe apertar a garganta, para este há um parágrafo que diz: ele agiu em legítima defesa.
Mas, o mesmo parágrafo silencia quando vocês se defendem porque lhes tiram o pão.
E, no entanto, morre quem não come e quem não come o suficiente, morre lentamente.
Durante os anos todos em que morre, não lhe e permitido se defender."
(Bertold Brecht)

Lógica mercantil subordina formação cidadã dos atletas de futebol

Futebol, crime e política
O assassinato de Eliza Samudio em que está envolvido como suspeito o goleiro Bruno, ex-capitão do Flamengo, vencedor do último campeonato brasileiro de futebol, não deve ficar confinado às páginas do noticiário policial. O horror que ele suscita por seu enredo escabroso, a história dos personagens, a gratuidade do crime, a forma da execução - os restos mortais da vítima foram lançados a cães para serem devorados -, a presença do mal em estado bruto, tudo isso reclama que se olhe para além das patologias dos indivíduos já indiciados como culpados. Em primeiro lugar para o clube, agremiação mais que centenária, e para a estrutura do futebol, o esporte de massas que é uma paixão nacional. Em segundo, para o tipo de sociabilidade selvagem, à margem da vida civil, que se reproduz em escala crescente e que encontra na cultura do narcotráfico e do consumismo, alçado a valor supremo, os seus paradigmas.
Bruno, um dos mais altos salários do seu clube, era uma liderança, portando a braçadeira de capitão por indicação de seus dirigentes, em que pese várias manifestações arrogantes de sua parte, inclusive nas relações com o seu técnico, e já se envolvera, com alguns colegas, em escândalos públicos em festas promovidas em domínios territoriais do narcotráfico. Em uma dessas ocasiões, proferiu uma declaração em que, explicitamente, admitiu ser normal a violência física entre casais, e, embora sua agremiação desportiva fosse dirigida por uma mulher - uma ex-atleta olímpica -, manteve a honraria da braçadeira.
Registre-se, ainda, que dois companheiros de clube, como o noticiário esportivo com frequência denunciava, eram contumazes participantes de pagodes em redutos do crime organizado, um deles fotografado ao lado de marginais armados com metralhadoras, o outro levado à polícia para esclarecer relações mercantis com notórias lideranças do mundo do tráfico em favelas cariocas.
Em todos os casos, o clube optou pela contemporização, em nome certamente de uma política de resultados, uma vez que esses jogadores se notabilizavam por seus feitos nas competições. E o que importa aí é deslocar o foco para a estrutura do nosso futebol, com sua organização autocrática, dominada por um vértice que se eterniza no poder, apenas orientada para a produção de vitórias nas competições, inteiramente arredia às possibilidades de fazer do futebol, com sua penetração capilar na vida do povo, um instrumento de educação de massas.
Para ela, o futebol do país se resume a ser mais um ator no processo de globalização dessa atividade esportiva graças à qualidade dos seus praticantes, um celeiro de craques de exportação. Nesse sentido, a expressão esportiva e cultural que ele representa se encontra crescentemente contaminada pela ameaça de ser submetida inteiramente à lógica mercantil. E não à toa não se pode mais descrever a sua história atual sem incluir o papel dos empresários no recrutamento de jovens jogadores talentosos que passam a administrar suas carreiras, relegando o papel das agremiações esportivas a um lugar subordinado, quando não inteiramente ausente, na sua formação como homens e cidadãos.
Os frutos bem-sucedidos desse sistema se convertem em mercadorias do mercado globalizado do futebol, as transferências para os milionários clubes europeus, para onde migram cada vez mais jovens, significando a realização de suas carreiras. Nada mais natural que seus praticantes, desde cedo sem tempo para se dedicarem aos estudos, encapsulados na bolha do mundo do futebol, manifestem fortes opções religiosas, em geral pentecostais, aí encontrando escoras emocionais que lhes permitam suportar as pressões do mercado que condiciona suas vidas.
Sem essas escoras, seus profissionais, com uma educação formal em geral precária, muitos vindos de lares destroçados - o caso de Bruno -, se veem à mercê da cultura do consumismo, o tempo livre de jogos e treinamentos dissipados em meio a uma legião de fãs, sua presença prestigiosa disputada em pagodes e orgias em que são convidados de honra. Os clubes, indiferentes ao comportamento dos seus profissionais, cerram os olhos a seus desvios de conduta, por sua vez prisioneiros da lógica de resultados que comanda o futebol. Assim, os clubes e seus heróis do maior esporte de massas do país, que poderiam exercer um papel na difusão dos valores civis na formação da juventude, tornam-se uma vitrine a estimular o hedonismo e o comportamento narcísico.
Futebol é cultura - no nosso caso uma de suas mais vigorosas manifestações -, fazendo as vezes de uma escola moderna em que se ensina a competir sob a jurisdição de regras interpretadas por um árbitro e que são de prévio conhecimento dos seus praticantes e do seu público. Atividade generalizada na juventude do nosso país, presente no mais remoto dos rincões, a política e os partidos não podem ser estranhos a ela, esperando-se da sua intervenção a criação de regras que venham a atuar no processo de formação dos seus profissionais, que chegam a ela, em muitos casos, como pré-adolescentes. De outra parte, cabe à opinião pública, reclamar que os clubes adotem padrões de conduta que impeçam os seus atletas de manterem relações privilegiadas com o submundo da criminalidade.
Entre tantos fatos estarrecedores no caso de Bruno, está a revelação de que ele estava conscientemente envolvido com personagens e com os padrões vigentes nas redes do crime organizado. Só faltou o uso de micro-ondas [incendiar a vítima dentro de uma pilha de pneus] na eliminação da pobre Eliza para tornar ainda mais evidente as impressões digitais da cultura do narcotráfico nesse caso.
Artigo do sociólogo Luiz Werneck Vianna, professor e pesquisador do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro -Iuperj. Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Publicado hoje no jornal Valor Econômico.