quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Exército confirma morte de 11 militares no Haiti; terremoto mata também Zilda Arns

O comando do Exército confirmou em nota oficial divulgada no início da tarde desta quarta-feira (13) que 11 militares brasileiros morreram vítimas do terremoto de 7 graus na escala Richter que devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe. A tragédia também matou Zilda Arns, 75. Médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns era fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, órgão de Ação Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e foi indicada por três vezes ao Prêmio Nobel da Paz.
Os militares que morreram na tragédia são: o 1º tenente Bruno Ribeiro Mário, o 2º sargento Davi Ramos de Lima, o 2º sargento Leonardo de Castro Carvalho, o cabo Douglas Pedrotti Neckel, o cabo Washington Luis de Souza Seraphin, o soldado Tiago Anaya Detimermani, o soldado Antonio José Anacleto, o cabo Arí Dirceu Fernandes Júnior, o soldado Kleber Da Silva Santos, e o subtenente Raniel Batista de Camargo. Morreu ainda o coronel Emilio Carlos Torres dos Santos, do Gabinete do Comandante do Exército e que trabalhava na Minustah, a missão brasileira no Haiti ligada às Nações Unidas.
Estão desaparecidos sete militares. Há sete feridos em atendimento no Hospital Argentino da Minustah e dois outros militares foram enviados para a República Dominicana.
Ainda não há números oficiais de vítimas e prejuízos, mas os relato que chegam pelas agências de notícias informam que diversos edifícios desabaram no país, inclusive o palácio presidencial da capital Porto Príncipe. Também o prédio da Organização das Nações Unidas (ONU), o Palácio Nacional e a Catedral desmoronaram pelos tremores.
Sem levantamentos oficiais e em meio a um colapso nas comunicações, fontes médicas e humanitárias preparam-se para a possibilidade de haver milhares de mortos, incluindo estrangeiros de diversas nacionalidades que fazem parte da força de paz das Nações Unidas, liderada há cinco anos pelo Brasil. Diversos países e entidades internacionais mobilizam-se para ajudar o país.
De acordo com as agências internacionais, vários feridos aguardam ajuda médica pelas ruas da capital haitiana. Uma repórter fotográfica brasileira afirmou à Folha Online que há casas desmoronadas, muitos feridos e corpos nas ruas. "A reação das pessoas é imprevisível, porque agora a luta é pela sobrevivência. Não tem comida, não tem água, não tem nada. Estamos em racionamento. A situação aqui está desgovernada", conta.
O professor Antropologia Omar Ribeiro Thomaz e sete alunos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) estão em Porto Príncipe desde o dia 31 de dezembro para uma pesquisa de campo no Haiti. No blog do grupo, eles disseram que a situação na cidade "está bem complicada" e que "o terremoto foi muito forte".
A ONG Viva Rio, que possui cerca de 400 funcionários em Porto Príncipe, sendo nove brasileiros, está abrigando em sua sede muitos afetados pelo tremor. Não se sabe ao certo quantas pessoas estão no local, mas as primeiras informações são de que há 8.000 desabrigados. Aproximadamente 300 pessoas estão trabalhando para ajudar os atingidos. A ONG abriu uma conta para receber doações.
Logo após o tremor, na noite de terça-feira, um cinegrafista ligado à agência de notícias Associated Press disse que presenciou o desabamento de um hospital em Pétionville, subúrbio de Porto Príncipe.
Outro repórter da agência Reuters afirmou que viu dezenas de mortos e feridos entre os escombros espalhados pelas ruas. "Tudo começou a tremer, as pessoas gritavam, casas começaram a cair... está um caos total", disse o repórter Joseph Guyler Delva.
Danos às instalações brasileiras
O Brasil comanda cerca de 7.000 soldados da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, enviada ao país em 2004, e tem 1.266 militares na área, dos quais 250 são da engenharia do Exército.
Em nota oficial na noite desta terça-feira, o Ministério da Defesa do Brasil informou que houve "ocorrência de danos materiais em algumas instalações usadas por brasileiros". O informe indica, entretanto, que o balanço desses danos será feito somente nesta quarta-feira (13).
O escritório da embaixada teve muitos danos. Os militares brasileiros estão em uma planície onde não há construções altas, então ali não há tanto perigo. Mas a área da chancelaria sofreu bastante", disse o embaixador do Brasil no país, Igor Kipman, em entrevista à rádio CBN.
O representante do Brasil no Haiti também afirmou que houve danos sérios em inúmeros imóveis na capital do país. O embaixador informou que sua volta ao Haiti, onde vive há dois anos, estava prevista para a próxima quinta-feira (14), mas deve decidir nesta quarta
Telefone emergencial
O Ministério de Relações Exteriores brasileiro criou uma sala de crise, com funcionamento 24 horas, para atender as vítimas do forte terremoto que atingiu o Haiti.
Os seguintes telefones foram abertos pelo Itamaraty: 61 3411-8803/ 61 3411-8805 / 61 3411-8808 / 61 3411-8817 / 61 3411-9718 ou 61 8197-2284.
Militares brasileiros mortos no Haiti
Função Nome
Coronel Emilio Carlos Torres dos Santos
2º Sargento Davi Ramos de Lima
2º Sargento Leonardo de Castro Carvalho
1º Tenente Bruno Ribeiro Mário
Subtenente Raniel Batista de Camargos
Cabo Douglas Pedrotti Neckel
Cabo Washington Luis de Souza Seraphin
Cabo Arí Dirceu Fernandes Júnior
Soldado Tiago Anaya Detimermani
Soldado Antonio José Anacleto
Soldado Kleber da Silva Santos
Local do tremor
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o epicentro do terremoto aconteceu a cerca de 10 km de profundidade e a 16 km de Porto Príncipe, que tem uma população de cerca de 1 milhão de pessoas. O terremoto foi seguido de outros tremores, sendo dois de magnitudes de 5,9 e 5,5.
O tremor foi sentido com força em quase todo o território da República Dominicana, país situado na ilha de Hispaniola, como o Haiti, e também no leste de cuba.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Após reação da Igreja Católica, Lula recua sobre defesa do aborto

Depois da reação da Igreja Católica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou rever o trecho pró-aborto no decreto do 3° Plano Nacional de Direitos Humanos, alegando que ele não traduz a posição do governo, informa reportagem da colunista Eliane Cantanhêde, publicada nesta terça-feira (12) pela Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Pela nova redação, o texto deverá fazer uma defesa genérica do aborto, no contexto de saúde pública --para salvar a vida da mãe, por exemplo. Também haverá alterações na parte que trata da violação de direitos humanos na ditadura.
Leia a íntegra do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos
OAB de São Paulo diz que Plano de Direitos Humanos cria insegurança jurídica
Em nota, CUT manifesta apoio a Vannuchi e defende Plano de Direitos Humanos
Como foi publicado pelo "Diário Oficial da União", no dia 22 de dezembro, o plano estabelece "apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos".
Na nova redação, será suprimida a parte que fala da autonomia, pois caracteriza apoio à decisão íntima de interromper a gestação, mas não é a posição do governo e de Lula.
Na última sexta-feira (8), d. José Simão, bispo de Assis (SP) e responsável pelo Comitê de Defesa da Vida do Regional Sul-1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que congrega as dioceses do Estado de São Paulo, disse que a igreja vê as iniciativas do plano como uma "atitude arbitrária e antidemocrática do governo Lula".
Polêmica
A polêmica sobre o Programa de Direitos Humanos teve início no final do ano passado, quando os comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, ameaçaram pedir demissão caso Lula não revogue o trecho do programa que cria a Comissão da Verdade para apurar torturas e desaparecimentos durante o regime militar (1964-1985).
Vannuchi, por outro lado, também ameaça entregar o cargo se Lula recuar no teor do programa. Em entrevista à Folha, o ministro disse que é "um fusível removível" no governo e pedirá demissão caso o texto seja alterado para permitir a investigação de militantes da esquerda armada durante a ditadura militar --como exigem Jobim e as Forças Armadas.
Ele condena a tentativa de colocarem no mesmo nível torturadores e torturados. Uns agiram ilegalmente, com respaldo do Estado, os outros já foram julgados, presos, desaparecidos e mortos, comparou o secretário, citando o próprio presidente Lula, que foi julgado e condenado a três anos (pena depois revista) por liderar greves no ABC paulista.
O plano também foi criticado pelo ministro Reinhold Stephanes (Agricultura), pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Os militares classificaram o documento como "excessivamente insultuoso, agressivo e revanchista" às Forças Armadas, enquanto Vannuchi defende investigações de torturas cometidas por militares.
Lula está no meio do fogo cruzado entre a área militar e Vannuchi para decidir o que fazer em relação ao programa.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Tremor de terra atinge cidades no Rio Grande do Norte

Um tremor foi registrado nesta segunda-feira (11) em João Câmara e Natal, no Rio Grande do Norte, confirmou o Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília).
De acordo com o analista Diogo Farrapo Albuquerque, o abalo foi registrado pela estação FOR1 (Fortaleza-CE) às 12h54 (horário local), de 4,3 graus de magnitude na escala Richter. Outro tremor havia sido registrado no sábado, às 16h18, de 3,7 graus.
Segundo Diogo, responsável pelo monitoramento dessa estação, os tremores são frequentes na região, de pequena e média intensidade. "Já houve também de maior magnitude, inclusive em João Câmara, onde eles acontecem com uma frequência bastante regular", afirma.
Informações preliminares do observatório dão conta de que a causa seria a reativação da falha sismológica de Poço Branco e que o abalo foi sentido em diversos pontos da região metropolitana. "Parece que ele foi sentido até na Paraíba, segundo essas primeiras informações que nos passaram da UFRN [Universidade Federal do Rio Grande do Norte]", afirma o analista.
Ainda de acordo com informações da UnB, não teria ocorrido danos estruturais em prédios.
Fonte: UOL

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Secretaria de Educação anuncia implantação do Programa Brasil Profissionalizado

A Secretaria de Estado da Educação e Cultura (SEEC) vai implantar em 2010 o Programa Brasil Profissionalizado no Rio Grande do Norte. O programa visa expandir a educação profissional através da inserção, formação e qualificação profissional dos estudantes do ensino médio da rede estadual de educação.
O objetivo do projeto é construir um novo modelo de educação combinando formação geral, científica e cultural com a formação profissional que oferece cursos de ensino médio integrado a cursos técnicos e também cursos subseqüentes, para alunos que já terminaram o ensino médio, mas que podem voltar à escola e fazer apenas o profissionalizante.
A SEEC aderiu ao programa por meio de convênio firmado com o Ministério da Educação e da Cultura que já garantiu recursos na ordem de 63 milhões 558 mil destinados a infra-estrutura escolar. Destes recursos 39 milhões já foram liberados para a secretaria que aguarda agora o processo licitatório atribuído a Secretaria Estadual de Infra-Estrutura.
Além da ampliação e reforma serão adquiridos equipamentos de educação profissional e tecnológica para 85 escolas nas diversas regiões do estado. O projeto prevê ainda a construção de 10 centros tecnológicos com a seguinte distribuição: 02 unidades em Natal, 02 em São Gonçalo do Amarante, 01 em Tibau do Sul, 01 em Extremoz, 01 em Mossoró, 01 em Ceará Mirim, 01 em Alto do Rodrigues e 01 unidade em Parnamirim.
Cada escola vai oferecer três cursos escolhidos de acordo com a vocação econômica de sua região. Os eixos tecnológicos são: Recursos Naturais Ambiente, Apoio Educacional, Controle e Processos Industriais, Gestão e Negócios, Hospitalidade e lazer, Informação e Comunicação, Infra-estrutura, Produção de Alimentos, Produção Cultural/Designer e Produção Industrial.
Serão ofertadas inicialmente 54 mil 520 vagas. De acordo com Ana Zélia Maria Moreira, Subcoordenadora de Educação Profissional, da SEEC é possível que no segundo semestre de 2010 algumas escolas já iniciem os cursos. "tudo vai depender do processo licitatório em poder da Secretaria de Infra-estrutura, do andamento das obras, do suprimento de equipamentos e principalmente da disponibilidade de professores para as disciplinas específicas." Afirmou Ana Zélia.