segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Renato Rabelo lança livro Ideias e Rumos em Brasília

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, lança no próximo dia 01 de dezembro às 17 horas em Brasília, seu mais recente livro, Ideias e rumos. A obra será apresentada ao público com uma sessão de autógrafos no Salão Nobre da Câmara dos Deputados. A obra é uma parceria entre a editora Anita Garibaldi e a Fundação Maurício Grabois.
Ideias e rumos reúne textos, intervenções políticas e discursos de Rabelo ao longo de seus quase oito anos à frente do partido. O livro traz reflexões acerca da conjuntura política nacional e internacional nas últimas três décadas. Dividida em três partes – O Rumo, O Caminho e O Instrumento – a obra oferece avaliações teóricas sobre as diretrizes e a luta do partido pelo socialismo. O livro tem como maior trunfo reunir para os leitores os textos mais importantes escritos pela liderança do partido.
Como escreveu o presidente da Fundação, Adalberto Monteiro, no prefácio do livro, o conteúdo dessa obra comprova o trabalho que Renato Rabelo “vem fazendo para cumprir seu compromisso firmado em dezembro de 2001, no 10º Congresso do PCdoB. Ele assumia, então, a presidência do Partido, no lugar de João Amazonas. Tinha pela frente o desafio de suceder uma das mais destacadas lideranças dos comunistas brasileiros. Disse, ao lado do histórico dirigente e diante do coletivo militante que o respaldava: “Tentarei dar desenvolvimento ao pensamento político de nosso Partido na nova situação e reunir as inteligências e os meios necessários para enfrentar os novos desafios que nos apresentam. Manteremos a linha revolucionária e flexível que nos possibilitará conquistas ainda maiores”.


Trajetória

Renato Rabelo nasceu em 1942 em Ubaíra, interior da Bahia. A militância no movimento estudantil começou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, fazendo parte da Juventude Universitária Católica (JUC), e depois da Ação Popular (AP).
Em 1965, foi eleito presidente da UEB (União dos Estudantes da Bahia). Com o endurecimento do governo militar na Bahia, Rabelo entra num período de semi-clandestinidade e vai para São Paulo. Mais tarde foi eleito vice-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes). Após o término de sua gestão na UNE, assume papel de destaque na direção nacional na Ação Popular, indo estudar na China por seis meses, em plena Revolução Cultural. No retorno ao Brasil, participa da luta política da AP em Goiás. Graças a esta política de vinculação ao povo, consegue resistir à perseguição da ditadura.
Com a incorporação da AP ao PCdoB, Rabelo ingressa no partido compondo o Comitê Central da organização, de onde contribui para criar bases de retaguarda para a Guerrilha do Araguaia.
Em 1976, passa a viver exilado em Paris. No final de 1979, retorna ao país com a Anistia, e participa da preparação do 6º Congresso do PCdoB, um congresso semi-clandestino, pois o partido só conquista sua legalidade em 1985. Passa a integrar o secretariado do PCdoB, fazendo parte da Executiva Nacional. Foi eleito duas vezes vice-presidente nacional do partido, responsável pela juventude, depois pela organização partidária. Em 2001 é eleito presidente nacional do PCdoB. Participou das coordenações das cinco campanhas de Lula, desde 1989. No segundo mandato de Lula passa a integrar o Conselho Político do Governo da República.
Ideias e rumos, da Editora Anita Garibaldi, custará R$30 e também pode ser adquirido pelo http://www.anitagaribaldi.com.br/
Fonte: www.vermelho.org.br

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Prof. Roberto Sérgio, Participou da Conferência Estadual de Educação(COEED)

O Prof. Roberto Sérgio, participou(representando os professores das Escolas Públicas de Caicó)da Conferência Estadual de Educação, que aconteceu nos dias 23, 24 e 25 de novembro, no Praia Mar Hotel em Natal/RN. Veja o que foi discutido e a programação:
Conferência Estadual de Educação – COEED/2009
A Conferência Estadual de Educação (COEED) é uma das etapas de mobilização social para o debate e construção coletiva dos rumos para a educação nacional. Sendo assim, conta com a participação de todos, especialmente, estudantes, professores, gestores, pais, entidades sindicais, movimentos sociais, conselhos de educação e outros, relacionados a todos os níveis educacionais – Educação Básica, Educação Superior e Educação Profissional.
A COEED aprofundará o debate temático de modo a incluir e colaborar com as propostas apresentadas e discutidas na etapa inicial, ou seja, nas dezoito Conferências Intermunicipais de Educação (COIME) ocorridas no Estado. As deliberações, incluindo novas propostas, resultantes da COEED, comporão um relatório final, elaborado pela Comissão Organizadora Estadual, que será enviado à Comissão Organizadora Nacional de modo a contribuir com a última etapa desta mobilização, a Conferência Nacional de Educação (CONAE).
OBJETIVOS
A COEED apresenta os seguintes objetivos:
· Contribuir para a construção de conceitos, diretrizes e estratégias estaduais para a efetivação do Sistema Nacional Articulado de Educação coerente com a visão sistêmica da educação que reafirma a autonomia dos municípios e avança na organicidade dos Planos de Educação;
· Integrar todos os níveis, etapas e modalidades da educação escolar numa abordagem sistêmica, com vistas a consolidar os sistemas articulados de planejamento e gestão, de financiamento, de avaliação e de formação (inicial e continuada) dos trabalhadores em educação;
· Instalar processo de institucionalização do Fórum Estadual de Educação, convocado e instalado pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura, enquanto instância consultiva, de articulação, organização e acompanhamento da política estadual de educação.
· Propor reformulações necessárias para que o planejamento de ações articuladas torne-se a estratégia de implementação do Plano Estadual de Educação com base no Sistema Nacional Articulado de Educação;
· Discutir as condições para a definição de políticas educacionais que promovam a inclusão social, dentro de uma perspectiva orgânica e republicana da educação;
· Propor parâmetros e diretrizes no âmbito estadual para contribuir com a avaliação e a qualificação do processo de ensino e aprendizagem;
· Subsidiar a Conferência Nacional com propostas advindas das Conferências Intermunicipais e Estadual de Educação.

EIXOS TEMÁTICOS

A COEED, assim como a CONAE, terá como tema: Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: Plano Nacional de Educação, suas Diretrizes e Estratégias de Ação que será discutido a partir dos seguintes eixos temáticos:
I - Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional; II - Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação;
III - Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar
IV - Formação e Valorização dos Trabalhadores em Educação;
V - Financiamento da Educação e Controle Social;
VI - Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade.

Para a discussão dos eixos temáticos acontecerão Mesas Redondas e Grupos de Trabalho que têm como objetivo a discussão de cada um dos eixos temáticos, conforme programação.

PROGRAMAÇÃO

Dia 23 de novembro
13h – Início do Credenciamento
14h – Cerimônia de Abertura
15h – Conferência de Abertura: “Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: Plano Nacional de Educação, suas Diretrizes e Estratégias de Ação” – Prof. Dr. Otávio Augusto de Araujo Tavares (SEEC/IFRN)
17h – Mesa Redonda: “Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação” – Profa. Dra. Ieda Maria Chaves de Freitas (UERN) e Profa. Dra. Luciane Terra dos Santos Garcia (UFRN)
18h – Mesa Redonda: “Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar” – Profa. Dra. Marcia Maria Gurgel Ribeiro (UFRN) e Prof. Dra. Betânia Leite Ramalho (UFRN/COMPERVE)

Dia 24 de novembro
8h às 9h – Credenciamento
8h – Mesa Redonda: “Financiamento da Educação e Controle Social” – Profa. Dra. Magna França (UFRN/Vice-Presidente Regional Nordeste da ANPAE); Profa. Ms. Justina Iva; Deputada Federal, Profa. Maria de Fátima Bezerra.
9h30min – Mesa Redonda: “Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional” – Prof. Francisco das Chagas Fernandes (MEC/Presidente da CONAE) e Prof. Ms. Marcio Adriano Azevedo (IFRN)
10h45min – Mesa Redonda: “Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade” – Leonor Franco (SECAD/MEC), Prof. Dr. Aécio Cândido de Souza (UERN) e Prof. Dr. Dante Henrique Moura (IFRN)
12h – Almoço.
14h – Mesa Redonda: “Formação e Valorização dos Trabalhadores em Educação” - Profa. Dra. Anadja Marilda Gomes Braz (UERN) e Prof. Denilson Bento da Costa (CNTE)
15h – Grupos de Trabalho

Dia 25 de novembro
8h – Plenária de aprovação das propostas selecionadas pelos grupos
10h30min – Eleição de delegados à CONAE.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Resultado da eleição do CEJA

A Chapa CEJA Um Novo Tempo, formada pelos professores Roberto Sérgio e Moacir Dantas, foi eleita com 85,99% dos votos da comunidade Escolar do CEJA (Professores, Funcionários, Alunos e Pais). A posse está prevista para o próximo dia 21/12/2009 em Natal/RN

sábado, 21 de novembro de 2009

Tradições Negras – Políticas Brancas(Uma análise do 20 de Novembro no Brasil!)

20 de Novembro de 1695, portanto há 313 anos se completava de forma trágica, absolutamente cruel e desumana a possibilidade concreta de os negros desse país sonharem com um país decente e inclusivo. Zumbi assim como Ganga Zumba, só para citar dois desses lutadores, dentre outros, foram esquartejados, destruídos pelo Estado Brasileiro...Assim, hoje em 2007, quando se completam 118 anos da chamada Proclamação da República, vemos a necessidade premente do resgate, (re)afirmação e preservação da memória histórica como forma de construção da nossa história. E é exatamente pela disputa dessa memória, dessa história, que nos últimos 36 anos, a partir do dia 20 de Novembro 1971 no Brasil se comemora o ‘Dia Nacional da Consciência Negra’, essa data para nós tem sido muito significativa. Zumbi, um dos últimos grandes líderes e ícones da resistência ao escravismo do Quilombo de Palmares, foi assassinado na luta pela liberdade desse país! Segundo o professor Flávio Gomes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a escolha do 20 de Novembro foi muito mais do que uma simples oposição ao 13 de Maio: os movimentos sociais escolheram essa data para mostrar quanto o país está marcado por diferenças e discriminações raciais. Para exemplificar essa assertiva não é por acaso que finalmente o Estado brasileiro reconhece sim, que há uma dívida histórica com os Pretos desse país. Estão aí algumas medidas propositivas no sentido da tão propalada inclusão racial e social, a exemplo da Lei 10.639/2003, que entre outras atribuições nos faz retornar à África no sentido do conhecimento mesmo da história da África e dos africanos; a luta e os desafios dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e a conseqüente formação de uma identidade nacional.
Não é fácil, não está sendo fácil, até porque é fato, os diversos processos coloniais construídos ao longo da história pelo imperialismo europeu, estes criaram um sistema de dominação ideológica, em que outras contribuições de cultura, educação, política foram suprimidas, substituídas ou até mesmo ignoradas. Isso por si só explica no Brasil, por exemplo, a ausência da história da África e dos africanos. Certamente essa lacuna tem conseqüências desastrosas sobre a população brasileira. Algumas delas: exclusões étnicas, às quais denominamos de racismos, os processos de criação de credos sobre a inferioridade do Negro, do africano e dos afro-brasileiros e uma tentativa sórdida capitaneada pela grande mídia corporativa de tentar retirar a oportunidade dos negros construírem a identidade positiva sobre nossas origens, abrindo espaços para hipóteses preconceituosas, desinformadas ou racistas sobre as nossas origens.
Seguramente o negro, assim como as tribos de homens nus, não são ignorantes, incultos, incivilizados. Aliás, num texto clássico, datado do dia 18 de Outubro de 1854, sobre Fortunato Lopes da Silva, lá é dito que “esse Crioulo tem 20 e tantos annos de idade, falta dentes na frente (...) é muito pachola, mal encarado, fala com a boca cheia entende plantações da roça e anda de cabeça baixa (...)”. É esse o eixo central determinante que me leva a combater conceitos inferiorizantes sobre nós negros no país. Esse panfleto descrito acima se revela hoje extremamente atual e cruel e retrata a posição social generalizada do negro no Brasil.
É incrível, mas ainda me deparo com anúncios em rádios ditas legais, onde empresas “procuram pessoas de boa aparência” para determinados cargos, ou ainda, a pouca ou nenhuma representação de negros em comerciais de Tv, âncoras de jornais, novelas. É intrigante, fica parecendo que negro não come, não compra roupa, não acessa internet, não vai a Shopping Center, não lê revista, livros, não gosta de cinema... Particularmente, gostaria de ver um negro associando sua imagem a um lançamento de determinada marca de carro da moda no país, seria interessante!
O grande desafio posto é subverter essa perversidade reinante do Brasil que é ignorar a marca d’África no nosso meio, no sentido da ampliação de atuação do negro nos espaços de decisões políticas. Precisamos ampliar o número de professores negros nas universidades desse país. Não é possível que entre as 20 principais instituições que produzem conhecimento acadêmico no Brasil, com destaque para a UFRGS, UFMG, UNICAMP, UFRJ, USP, UFSCar, UFG, UFRP entre outras, termos cerca de 15.866 docentes, entre os quais, somente 67 negros (dados da Universidade Brasília, Jornal A Tarde, 14 de Outubro de 2007), ou seja, esses números revelam que temos somente (um) 1% de professor negro produzindo conhecimento nas academias do Brasil! Aqui enfatizo que quando me reporto à memória histórica calcada no episódio de Palmares, é porque estou considerando a diversidade reinante no Brasil, estou falando de representantes dos quatro continentes, do encontro de culturas e civilizações provindas da América, Europa, África e Ásia. Isto é, os povos indígenas, os alienígenas de diversos países europeus, árabes, africanos. É por isso que conhecer o Brasil equivale a conhecer a história e a cultura de cada um desses componentes culturais, tentando cercar e captar suas contribuições na sociedade brasileira.
Não vejo melhor caminho para entender a história social e cultural deste país, a não ser começando pelo estudo de suas matrizes culturais: indígena, européia, africana e asiática. É isso, Palmares, na sua radicalidade social e política, foi o primeiro troço do solo brasileiro a se emancipar, temporariamente é verdade, da soberania lusitana num primeiro momento, mas ficou para nós lutadoras e lutadores da África e do Brasil a possibilidade de, a partir do diálogo, mas não menos do enfrentamento, vencer a difícil e complexa dívida histórica e cultural com os povos d’África e para isso, é necessário conhecimento, mas não só aprender história ou geografia, também descobrir que entre Brasil, África, Ásia, Europa há muita coisa em comum, principalmente o combate ao racismo e à injustiça social.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Curso de direito será o mais concorrido novamente em Caicó

Os estudantes que vão concorrer ao vestibular da UFRN estão intensificando os estudos visando as provas que serão realizadas domingo, segunda e terça-feira próximos.No Campus de Caicó estão inscritos 1.163 candidatos para disputarem 355 vagas.O curso de Direito é o mais concorrido mais uma vez.
Tem 402 candidatos disputando 45 vagas, com 8,93 candidatos para cada vaga.
O segundo mais concorrido é Ciências Contábeis com 191 candidatos para 45 vagas, totalizando 4,24 candidatos por vaga.
O restante da demanda é a seguinte:
Geografia(licenciatura) - 66 candidatos, 45 vagas, concorrência 1,47
Geografia (bacharelado) - 83 candidatos, 40 vagas,concorrência 2,08
História - 91 candidatos, 45 vagas, concorrência 2,02
Pedagogia - 150 candidatos, 45 vagas, concorrência 3,03
Matemática - 46 candidatos, 40 vagas, concorrência 1,15
Sistemas de informação - 134 candidatos, 50 vagas, concorrência 2,68.
No Campus de Currais Novos a situação é a seguinte:
Administração - 213 candidatos, 45 vagas, concorrência 4,73
Turismo - 70 candidatos, 50 vagas, concorrência 1,4
Letras (Língua Espanhola e Literatura) - 95 candidatos, 50 vagas, concorrência 1,9
Letras (Língua Portuguesa e Literatura) - 94 candidatos, 45 vagas, concorrência 2,09
No Campus de Santa Cruz o quadro é o seguinte:
Enfermagem - 199 candidatos, 40 vagas, concorrência 4,98
Fisioterapia - 199 candidatos, 40 vagas, concorrência 4,98
Nutrição - 171 candidatos, 40 vagas, concorrência 4,28.

sábado, 14 de novembro de 2009

O professor está cada vez mais doente

À primeira vista, não parece, mas a profissão de professor pode ser perigosa. O perigo nem sempre é concreto, como o salário baixo e a carga horária alta, mas também se trata de uma série de abstrações: a falta de incentivo, os problemas de convivência com os alunos, a falta de condições de realizar um bom trabalho. Tudo isso junto em muitos casos interfere diretamente na saúde dos professores, que estão cada vez mais doentes e desmotivados.
O aluno está cada vez mais agitado
Segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte), em 2009, dos 985 afastamentos de professores dos quadros da rede estadual e municipal, 98 foram devidos a problemas de saúde causados pelo trabalho. Os professores que são considerados inaptos para o trabalho acabam realocados em outras funções. É comum um professor ir trabalhar na biblioteca ou cuidar de um laboratório, etc. O processo é chamado de readequação permanente e é responsável por uma média de 10% dos afastamentos. “É uma porcentagem que se repete ao longo dos anos. E é um número alto”, afirma Fátima Cardoso, coordenadora-geral do Sinte. Os problemas mais comuns, de acordo com o Sinte, são: doenças coronárias, problemas de coluna, na voz, problemas psicológicos e psiquiátricos.
O Sindicato também informa que a média de afastamentos é de mil professores por ano. Neste número está implicado a quantidade de aposentados, cujo principal motivo é o tempo de serviço, exonerados e mortos. O número de mortos é baixo em comparação com os outros, apenas nove neste ano. “Dificilmente um professor pede exoneração ou aposentadoria por problemas de saúde porque se perde 40% do benefício. Então os professores normalmente preferem se sacrificar por anos e anos a pedir a aposentadoria por saúde”, explica Fátima Cardoso. E complementa: “Os professores estão sujeitos a todo o tipo de estresse, por conta de problemas de salário e condições de trabalho, além dos problemas inerentes à profissão”.
Toda essa problemática fica condensada na sala de aula, para prejuízo de ambas as partes envolvidas – alunos e professores. O que o professor ganha não é suficiente para o sustento de casa e família. Por conta disso, ele precisa trabalhar em mais de um lugar, sacrificando as horas que seriam de descanso. Os professores da rede estadual e municipal de ensino têm, com raríssimas exceções, dois ou três empregos. Isso significa pelo menos dois horários preenchidos por aula. Como se sabe, também são necessários planejamento e tempo para corrigir provas. Com dois horários preenchidos, só restam duas opções: ou o professor planeja e corrige no único horário livre ou faz o trabalho pela metade. “Infelizmente, o trabalho do professor hoje é visto como algo braçal e não como algo intelectual. É muito trabalho presencial e pouco planejamento”, lamenta o professor de química Luizmar Braga dos Anjos, de 34 anos, que trabalha durante dois turnos em escolas do Estado há nove anos.
Uma rápida conversa com Luizmar e seus colegas de turno na Escola Estadual Varela Barca, localizada em Soledade II, na Zona Norte, é suficiente para entender o tamanho do problema. Luizmar, Edilson Júnior e Osnaide Queiroz – todos trabalhadores na área de educação há muitos anos - reclamam praticamente das mesmas coisas: a falta de condições e as dificuldades com o trato dos alunos. “Os alunos estão cada vez mais agitados, o que obriga o professor a falar sempre alto e exige muito controle emocional”, conta Luizmar. “Para mim, o principal desconforto é financeiro porque o professor não tem condições de arcar com certos custos”, complementa Osnaide Queiroz.
O professor de História Roberto Flávio é uma das vítimas das dificuldades de ser professor na rede pública de ensino. Roberto está afastado há quatro meses de suas funções na Escola Varela Barca porque sofreu um colapso nervoso. Ele chegou a manifestar sintomas de síndrome do pânico e, com retorno autorizado pelo médico para o próximo dia 3 de dezembro, está repensando a conveniência de voltar ao magistério.
Roberto Flávio se define como um professor “que tenta fazer algo diferente”. Isso se traduz na gana que o professor tem de fazer da sala de aula um ambiente produtivo e criativo. O blog da Escola Varela Barca, por exemplo, está sob responsabilidade dele. Outros projetos já foram iniciados por ele e outros colegas de profissão – como um sistema de aulas gratuitas de reforço nos sábados – mas a falta de incentivo sempre é um problema. “É difícil tentar fazer a diferença quando não se recebe apoio dos seus chefes, dos seus pares e até dos alunos”, conta Roberto Flávio, que é professor há 15 anos.
No caso específico do professor Roberto, foi a falta de incentivo que o levou a adoecer e se afastar do trabalho. Contudo, ele enfrenta também um problema físico. “Estou com um problema nas cordas vocais e ainda não consegui verificar o que está acontecendo. Quando estava no médico tive esse problema, esse colapso nervoso e só agora vou me tratar. Espero que não seja um calo nas cordas vocais”, aponta.
A sensação de impotência faz com que o professor, segundo Roberto Flávio, aparente ser alguém “sem identidade” na escola. “O professor sabe o nome de todos os alunos, mas o aluno nunca sabe o nome do professor. O professor fica completamente sem identidade nesse processo”, afirma. Por tudo isso, Roberto Flávio já pensa em não retornar para a sala de aula. O futuro dele pode ser uma das bibliotecas da Zona Norte. “Eles me chamaram e estou pensando se aceito. Desse jeito, eu também largaria o magistério na rede municipal. Faço com idealismo e carinho o meu trabalho, mas tive um filho recentemente e preciso cuidar da minha saúde. Idealismo não garante a vida de ninguém”, encerra.
O alvo
Para o especialista em saúde mental André Luís Leite, o professor acaba sofrendo no dia a dia por não ter uma diferenciação clara entre o tempo de trabalho e o tempo de descanso, além de ser alvo de muitas expectativas por parte de alunos, diretores e pais.
“O professor é alvo de muitas expectativas durante o trabalho. São alunos durante a aula, os pais que querem saber como está o aprendizado, os chefes que também cobram”, exemplifica. E complementa: “Além disso tudo, o professor não tem poder de resolutividade no seu trabalho. Muitas vezes, o processo dá errado por outros motivos além do controle dele. Isso causa uma sensação de ineficácia, que é a maior causa de adoecimento no trabalho”.
De acordo com o Sinte, o Governo do Estado e a Prefeitura de Natal não têm nenhum programa de acompanhamento da saúde do professor e nem um trabalho consistente para avaliar os efeitos negativos da carga de trabalho na saúde desses profissionais. “Tentamos colocar um médico do tra balho como pauta de reivindicação desde 2003, mas sem sucesso”, lamenta Fátima Cardoso, coordenadora do Sinte. A reportagem tentou contato com as secretarias, mas não obteve retorno.
Com os professores doentes, os afastamentos aumentam
Principais problemas de saúde:
Calo nas cordas vocais
Problemas de coluna
Alergia ao pó de giz
Doenças Coronárias
Gastrite nervosa
Depressão
Síndrome do Pânico
E outras doenças psiquiátricas
Principais problemas de trabalho:
Salário baixo
Carga horária excessiva
Falta de tempo para outrasatividades
Problemas de relacionamentocom alunos e colegas
Baixa auto-estima
Violência nas escolas
Matéria publicada no jornal Tribuna do Norte (edição do dia 8 de novembro de 2009) assinada pelo repórter Isaac Lira.

Coordenador de recursos humanos da SEEC admite que Estado não acompanha a saúde dos professores

O coordenador de recursos humanos da Secretaria Estadual de Educação, Pedro Guedes, admitiu o caráter alarmante do progressivo adoecimento dos professores da rede pública de ensino. “É um dado preocupante”, considerou. Contudo, ele admitiu que o Governo do Estado não tem nenhum programa de assistência e acompanhamento da saúde desses profissionais, como também dos demais servidores.
A resposta do coordenador vem na esteira da reportagem publicada neste domingo (8) pelo jornal Tribuna do Norte, que mostrou que houve 98 readequações permanentes no Estado em 2009. Isso significa que esse número de professores não tinha mais condição de exercer o magistério e teve de ser realocado em outras funções. “Realmente, os motivos mais comuns são depressão, síndrome do pânico, problemas vocais e de coluna”, concordou Pedro Guedes.
O atendimento oferecido pelo Estado atualmente diz respeito apenas à admissão e ao afastamento dos professores. Quando o servidor é admitido, ele é examinado por uma junta especial de médicos do trabalho. E quando precisa de um afastamento ou de uma readequação é avaliado pela Junta Médica do Instituto de Previdência do Rio Grande do Norte (Ipern). Nesse meio termo, ou seja, quando o professor está exercendo a sua atividade, não existe nenhuma ação para verificar se o trabalho está sendo negativo para a saúde.
A prefeitura de Natal, sequer se pronunciou sobre o assunto.
*com informações do jornal Tribuna do Norte (edição de terça-feira, 10 de novembro)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Expulsão de estudante da Uniban ganha destaque na imprensa internacional

A expulsão de Geisy Arruda, de 20 anos, pela universidade Uniban, em São Bernardo do Campo, no Grande ABC, ganhou espaço nas agências internacionais de notícia e nas versões online de alguns dos principais jornais do mundo. A universitária foi hostilizada no dia 22 de outubro por ir à faculdade usando um vestido rosa considerado muito curto pelos colegas.
Geisy foi xingada pelos estudantes e precisou sair do local vestindo um jaleco dos professores e com escolta da Polícia Militar. Vídeos com imagens do tumulto foram colocados no you tube e o caso ganhou repercussão.
Com o título "Aluna brasileira é expulsa após usar minissaia", o New York Times online publicou duas reportagens narrando o caso. Uma delas, assinada pela agência de notícias Reuters, ironizou o fato de o episódio ter acontecido em um país conhecido pelos seus biquínis minúsculos e sua atitude liberal.
No site do britânico The Guardian, a reportagem, assinada pela Associated Press, ganhou lugar de destaque, logo abaixo das reportagens sobre os jogos de futebol. O Daily Telegraph também tratou do tema.
Protesto
Como forma de protesto pela expulsão da estudante, entidades ligadas ao movimento de mulheres prometem realizar um ato em frente à universidade às 18h. O Movimento Feminista, Sindical e Estudantil afirma que "a vítima foi transformada em ré" e os "agressores ficaram impunes".
Na tarde de domingo, organizações não-governamentais (ONGs) se mobilizaram pela internet, circulando mais de um abaixo-assinado contra o ocorrido na Uniban. Um deles, que em três horas obteve mais de mil assinaturas, afirma que "a expulsão envergonha os subscritores desse manifesto e coloca em cheque os princípios basilares do Estado Democrático de Direito." O texto continua dizendo que "deve ser registrado que a opção da Uniban é fato isolado e contraria a todos nós".
A União Nacional dos Estudantes (UNE) também condenou a postura da Uniban. "Alguns dos alunos que a insultaram gritavam que queriam estuprá-la. Desde quando há justificativa para o estupro ou toleramos esse tipo de violência? Pasmem, essa história absurda teve um desfecho ainda mais esdrúxulo. A universidade termina por reproduzir lamentavelmente as contradições da sociedade, dando sinais de que vive na era das cavernas", diz nota da entidade.
Nehemias Domingos de Melo, advogado de Geisy, afirmou que se reunirá nesta segunda-feira com sua equipe para decidir quais medidas judiciais tomará.
(*com informações da Agência Estado)

VASCO VOLTA A 1ª DIVISÃO

Acabou o sofrimento, torcedor vascaíno. A vitória por 2 a 1 sobre o Juventude, neste sábado, dia 7 de novembro, no Maracanã, confirmou o retorno antecipado do time de São Januário à Primeira Divisão do Futebol Brasileiro.
Mais de 80 mil pessoas estiveram presentes ao estádio, quebrando o recorde da Série B em todos os tempos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

MEC divulga média salarial dos professores da educação básica; você concorda com os números?

Os salários mais baixos destinados a professores da educação básica da rede pública, excluindo o sistema de ensino federal, estão em Pernambuco. É o que revela estudo do MEC (Ministério da Educação) divulgado nesta quinta-feira(15/10/2009).
A média nacional de salários de professores da educação básica no país está em R$ 1.527. Ao todo, 16 Estados pagam valores inferiores a esta quantia.
Para o presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Roberto Leão, os valores não correspondem à realidade. "Essas contas do ministério me assustam muito. Queria saber onde conseguiram esta fábula", afirma. Segundo Leão, o salário médio nacional observado pela categoria está em torno de R$ 920.
*As informações são do UOL Educação.

domingo, 1 de novembro de 2009

Ex-líderes se reúnem em Berlim para relembrar queda do Muro

Ex-líderes da União Soviética, Estados Unidos e Alemanha se reuniram na capital alemã para relembrar a queda do Muro de Berlim em 1989. Mikhail Gorbachev, Helmut Kohl e George Bush homenagearam os cidadãos comuns, responsáveis pela revolução pacífica de novembro de 1989 que marcou o início da reunificação da Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental e acelerou o fim do regime soviético. Uma grande comemoração está marcada para o dia 9 de novembro, o 20º aniversário da queda do muro.
"Nós alemães não temos muito do que nos orgulhar em nossa história. Mas temos todas as razões para nos orgulharmos da reunificação alemã", afirmou Helmut Kohl, de 79 anos, que era o chanceler da Alemanha Ocidental e depois da Alemanha reunificada entre 1982 e 1998.O ex-chanceler alemão chegou ao evento em uma cadeira de rodas, que usa desde que fraturou o quadril em 2008."Nunca houve um relacionamento que atingiu o mesmo nível da relação que tive com estes dois senhores", acrescentou Kohl se referindo a Gorbachev e George Bush.Primeira reunião Entres os presentes na reunião deste sábado estava a recém reeleita chanceler alemã Angela Merkel. De acordo com correspondentes os três ex-líderes estavam se divertindo na primeira reunião em muitos anos.Bush, de 85 anos e que ocupou a presidência americana entre 1989 e 1993, afirmou que os eventos históricos que levaram à queda do muro cresceram "nos corações e mentes das pessoas que, por tanto tempo, tiveram que lutar pelos seus direitos dados por Deus"."O muro nunca pode apagar os sonhos de vocês, nosso sonho de uma Alemanha, uma Alemanha livre, uma Alemanha orgulhosa", afirmou."O povo foi o herói. Nós três não queremos o crédito pelo que foi alcançado pela geração anterior", afirmou Gorbachev.O último líder da União Soviética também aproveitou a reunião para lembrar de outros líderes daquela época que não puderam comparecer ao encontro: o ex-presidente francês François Miterrand, que morreu em 1996, e a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, que sofre do Mal de Alzheimer.Gorbachev foi o líder da antiga União Soviética entre 1985 e 1991 e ganhou o Prêmio Nobel da Paz."Ele permaneceu firme o tempo todo, e é por isso que ele também permanecerá firme quando a história de nosso tempo no governo finalmente for escrita", afirmou o ex-presidente americano George Bush.

Fonte: BBC Brasil